Correio da Manha

“SE CHEGAR A HOLLYWOOD SERÁ INCRÍVEL”

AOS 25 ANOS, ESTREIA-SE NA NETFLIX E É O PRIMEIRO ATOR PORTUGUÊS A TRABALHAR COM O ESPANHOL PEDRO ALMODÓVAR. O CÉU É O LIMITE, MAS CONDESSA PREFERE TER OS PÉS BEM ASSENTES NA TERRA

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m pouco tempo vamos poder vê-lo numa série da Netflix (‘Rabo de Peixe’, dia 26), num filme de Pedro Almodóvar (‘Estranha Forma de Vida’) e a protagoniz­ar a nova aposta da TVI (‘A Filha’). Sente que pode ganhar o Mundo?

Não penso nisso assim, nem é esse o meu objetivo. O brio que tenho quando trabalho é sempre o mesmo, seja como protagonis­ta da Netflix, a trabalhar com o Almodóvar ou numa peça de teatro para cem pessoas. Como ator quero muito quebrar fronteiras, trabalhar para o Mundo e sinto, isso sim, que isso é cada vez mais uma realidade, e eu ambiciono fazer parte dessa mudança. Gostava muito de conseguir continuar a trabalhar dentro e fora de Portugal. Quero continuar a crescer como pessoa e ator e sei que trabalhar para o Mundo (que é uma realidade com as plataforma­s de streaming e ter o mundo artístico mais aberto) nos ajuda a crescer.

A perguntar inevitável: como foi rodar ‘Estranha Forma de Vida’ sob a batuta de Almodóvar e ao lado de estrelas como Ethan Hawke e Pedro Pascal?

Foi, acima de tudo, uma grande aprendizag­em. Tentei ao máximo aprender com todos eles e nisso ajudou também muito a sua humildade e generosida­de. Foram todos extraordin­ários, mas o Pascal foi um encontro especial. É um ator referência e como pessoa só me fez gostar ainda mais do artista que é. Há muitas diferenças no cinema do Almodóvar, como podem imaginar, coisas que sempre notava nos seus filmes e agora ter a oportunida­de de ver como nascem as ideias e imagens que dão origem a um ‘filme do Almodóvar’ é fascinante.

Já pode dizer que foi o primeiro português a trabalhar com o realizador espanhol. Como é que isso aconteceu?

Na verdade aconteceu de uma forma natural. Foi através de várias fases de castings que terminaram com um primeiro encontro presencial em Madrid. Os nervos foram muitos, mas valeram a pena.

Como foi a experiênci­a de gravar em Rabo de Peixe e viver o quotidiano dos pescadores nos Açores?

Foi única, prazerosa e memorável. Tive a oportunida­de de conhecer Rabo de Peixe [na ilha de São Miguel] sozinho assim que soube que ia interpreta­r o Eduardo. Decidi mergulhar naquela realidade, naquela vila que me abriu a porta desde o primeiro dia. E foi nessa primeira semana e meia que lá passei sozinho que criei laços com a terra, amizades e que conheci as tradições e hábitos que me ajudaram na construção da personagem tornando-a mais real.

Já se sabe se a série vai ter uma segunda temporada?

Para já, acho que o objetivo é que as pessoas gostem tanto de ver a série como nós gostámos de a fazer. Foi realmente diferente e especial.

Daqui para a frente vai apostar forte na carreira internacio­nal? Talvez chegar a Hollywood...

Quero continuar a trabalhar com quem me faça crescer, a abraçar personagen­s e desafios dentro e fora de portas. Se um dia tiver essa oportunida­de de chegar a Hollywood será incrível, mas também tem sido incrível tudo o que tenho tido a oportunida­de de viver. Trabalho para ir crescendo, e sei que há muito que não depende de nós. O que for para ser será, acredito nisso.

“[PEDRO] PASCAL FOI UM ENCONTRO ESPECIAL”

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