FRAUDES DOS TRÊS GRANDES SUPERAM OS 228 MILHÕES
Há seis inquéritos que visam Benfica, FC Porto e Sporting. Fuga aos impostos será “muito superior” ao valor apurado Transferências e comissões passadas a pente fino pelo DCIAP
O Ministério Público (MP) investiga negócios suspeitos de 228 milhões de euros do Benfica, FC Porto e Sporting, mas admite que o valor “será seguramente muito superior”. Em causa estão seis inquéritos - dois relativos a cada um dos clubes - que envolvem, para já, cerca de 120 arguidos. O CM sabe que existem dezenas de escutas telefónicas comprometedoras para jogadores, intermediários e agentes desportivos. As SAD do Benfica, Sporting e FC Porto, assim como o superagente Jorge Mendes, são alguns dos arguidos que já foram constituídos.
O MP e a Autoridade Tributária estão a passar a pente fino dezenas de contratos, pagamentos de comissões e circuitos financeiros que envolvem os intermediários nesses negócios, bem como a utilização de direitos de imagem. Suspeita-se do empolamento de comissões com o objetivo de escapar aos impostos devidos. Em causa estão crimes de fraude fiscal qualificada, fraude contra a segurança social e branqueamento de capitais. Para além destes processos, encontram-se ainda em investigação dois outros inquéritos “por factos semelhantes relativos a outros clubes, mas com uma dimensão muito inferior”, confirmou ontem o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP). Os inquéritos estão ligados à `Operação
Fora de Jogo'.
Desde 2020 já foram realizadas mais de 200 buscas no âmbito do esquema de fraude envolvendo transferências de jogadores de futebol. A última operação, na qual o filho de Pinto da Costa, Alexandre
Pinto da Costa, foi visado, aconteceu há uma semana.
No Benfica estão em causa contratos de 2015 a 2020 e no Sporting contratos assinados entre 2015 e 2017, ou seja, nas gestões de Luís Filipe Vieira e Bruno de Carvalho, respetivamente. No Porto, dizem respeito ao consulado de Jorge Nuno Pinto da Costa, que preside ao clube há 41 anos.
CONTRATOS DURANTE GESTÕES DE VIEIRA E BRUNO DE CARVALHO NA MIRA DO MP