Um Governo de combate político
ESCOLHAS Montenegro colocou os pesos-pesados do PSD num Governo que vai ter de convencer o Parlamento ª DOSSIÊS Saúde, Segurança e Educação são pastas onde a negociação vai ser dura MEGAMINISTÉRIO Infraestruturas e Habitação na mão de Pinto Luz
Bastaram cerca de 15 minutos para Luís Montenegro entregar a lista de 17 ministros de um novo Governo de combate político ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. O Executivo, que toma posse na próxima semana, dia 2 de abril, terá dois ministros de Estado: Paulo Rangel e Joaquim Miranda Sarmento. O eurodeputado fica com a pasta dos Negócios Estrangeiros, e o antigo líder parlamentar social-democrata fica com as Finanças, a pasta por excelência com maior peso num Governo.
Luís Montenegro optou por um Executivo politicamente forte. Mais de metade dos membros da Comissão Permanente do partido passam para o Governo. Quatro são independentes, todas mulheres: Rita Alarcão Júdice (Justiça), Margarida Blasco (Administração Interna), Maria do Rosário Palma Ramalho (Trabalho) e Dalila Rodrigues (Cultura).
Miguel Pinto Luz é um dos ministros que mais dossiês de relevo tem para resolver, ao assumir o Ministério das Infraestruturas e Habitação. À privatização da TAP, ao novo aeroporto e à possível construção do TGV, o ministro vai ter de juntar a crise na habitação.
Saúde, Educação e Administração Interna são as áreas que vão precisar de maior negociação.
Ana Paula Martins vai ser ministra da Saúde e terá de colocar em prática um plano para o setor no prazo de seis meses e cumprir várias promessas, entre elas a de um médico de família para todos já no final do próximo ano.
A reposição do tempo de serviço dos professores ficará a cargo de Fernando Alexandre, na Educação, pasta que volta a incluir a Ciência e o Ensino Superior. Margarida Blasco vai negociar com as forças de segurança, ao assumir a Administração Interna, um dossiê que se afigura tudo menos fácil
Com Hugo Soares fora do elenco governativo, cabe a Pedro Duarte ficar com o
Ministério dos Assuntos Parlamentares. Foi secretário de Estado da Juventude e passou pela liderança da Juventude do partido. Foi ainda diretor nacional da primeira campanha de Marcelo Rebelo de Sousa à Presidência.
Luís Montenegro escolheu ter 17 ministérios, onde sete são liderados por mulheres, menos do que o anterior Governo socialista. O novo primeiro-ministro manteve o silêncio ontem, após a reunião com o Presidente da República, e nada disse na curta passagem em Belém. A sua tomada de posse e dos restantes ministros acontece na próxima terça-feira.