Refugiado homicida queria mais luxos
AFEGÃO
Abdul Bashir, o afegão acusado de matar duas mulheres portuguesas no Centro Ismaili de Lisboa, a 28 de março do ano passado, tinha a renda de casa paga, água, luz, Internet e até telefone. Não pagava as refeições que lhe eram entregues já confecionadas e recebia ainda uma mesada de 600 euros. As contas do médico e todas as despesas de educação dos três filhos menores eram igualmente pagas por um projeto da rede Aga Khan que funciona no Centro Ismaili de Lisboa.
O apartamento onde a família morava era um T3 em Odivelas e estava equipado com eletrodomésticos, roupas de casa e utensílios de cozinha. Os menores foram matriculados na escola, inicialmente no sistema de ensino privado, por falta de vagas no sistema público, e o arguido também frequentava ações de integração na comunidade.
Mesmo assim, nada era suficiente. Nas cartas agora apreendidas e que eram dirigidas a uma das vítimas lê-se
Exigia empregada doméstica e alguém que tomasse conta dos filhos
VERBAS Tinha casa, despesas pagas e mesada de 600 euros
que Abdul Bashir queria sempre mais. Fazia exigências, sobretudo a Mariana, com quem chegou a discutir de forma ríspida. Fazia-lhe imposições para obter uma melhor residência, sobre a necessidade de ter alguém para tomar conta dos filhos e alguém que fizesse a limpeza da casa e cozinhasse. Outras mensagens mostram que Abdul Bashir colocava questões relativamente à escola
ou à saúde dos seus filhos, fazia queixas sobre a sua situação laboral, que se dividiam entre queixas por não aceitar ofertas de emprego, por não serem suficientemente boas para as suas qualificações profissionais ou por não ter tempo para trabalhar, uma vez que tinha de tomar
49 anos 4Mariana,
conta dos seus filhos.
Exigências atrás de exigências que até fizeram com que o homem, descontente, tentasse a sua sorte fora do nosso país. Saiu de Portugal em direção à Alemanha, onde pediu asilo político, mas regressou quando o mesmo foi recusado.
NÃO PAGAVA ÁGUA, LUZ, INTERNET OU TELEFONE. NÃO PAGAVA ESCOLA, REFEIÇÕES, NEM MÉDICO