Miranda Sarmento mais pessimista do que Centeno
O novo ministro das Finanças, Miranda Sarmento, está mais pessimista do que o governador do Banco de Portugal sobre a evolução da economia portuguesa até 2026. O Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) apresentado ontem tem um previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,5% para este ano, contra um crescimento projetado de 2% por parte da entidade liderada por Mário Centeno.
Miranda Sarmento está também mais pessimista em relação ao cenário traçado pela própria AD no seu programa económico (de que foi coautor), que previa um crescimento de 1,6%. Em relação ao excedente orçamental que estava inscrito naquele documento (0,8% para 2024), este é também revisto em baixa para os 0,3% (800 milhões de euros), que no entanto é superior aos 0,2% inscritos pelo Governo socialista para 2024. Para 2025 e 2026 prevê-se um crescimento de 1,9 e 2%, contra os 2,3 e 2,2% previstos no boletim de março do
Banco de Portugal.
O PEC entregue ontem foi feito com base em “políticas invariantes” (ou seja, adota todas as medidas deixadas pelo PS, não tomando em consideração as novas políticas do Governo da AD). Bruxelas não obrigava este ano à entrega daquele documento (apenas os quadros referentes ao PRR), mas as Finanças consideraram ser uma boa prática entregar todos os quadros necessários.
Segundo apurou o CM junto de fonte das Finanças, o primeiro cenário macroeconómico que apresenta já reflexos das políticas da AD só será revelado em setembro a propósito do semestre europeu. A 10 outubro será a apresentação do Orçamento do Estado para 2025.
PROGRAMA ECONÓMICO COM MEDIDAS DA AUTORIA DA AD
SÓ EM SETEMBRO