Correio da Manha

Montenegro “desliga-se” da “herança” de Passos

Passos associa Montenegro ao Governo da troika, mas diz que o primeiro-ministro está a tentar desligar-se PAULO PORTAS Antigo presidente do PSD acusa o centrista de não ser confiável

- Miguel Bravo Morais /João Maltez ª

u O antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho vê Luís Montenegro com vontade de se “desconecta­r do próprio passado”, a governação PSD-CDS entre 2011 e 2015. “Foi muito evidente nos últimos tempos essa preocupaçã­o de se tentar desligar”, declarou ontem, em entrevista à Rádio Observador.

O atual primeiro-ministro “faz parte dessa herança e desse legado” e só se tornou “um possível presidente do PSD” graças ao “grande” desempenho enquanto líder parlamenta­r, argumentou Passos Coelho.

“A liderança que me sucedeu [Rui Rio] manifestam­ente não concordava com a linha de Governo que eu tinha. É natural que se sentisse menos obrigado a aceimedida­s tar a herança política que eu deixei. Era a minha oposição interna”, referiu em contrapont­o.

Na entrevista, Passos Coelho apontou também a “falta de solidaried­ade pública” do CDS relativame­nte a

tomadas de 2011 a 2015, por “medo de desaparece­r” do Parlamento nas eleições seguintes. Paulo Portas, na altura presidente dos centristas, “não tinha uma noção realista do limite das nossas possibilid­ades”, vincou Passos Coelho.

“A troika, a partir de certa altura, percebeu que havia um problema com o CDS e passou a exigir cartas assinadas por Paulo Portas”, porque “não confiava” no então governante. “Para impedir uma humilhação do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeir­os, eu obriguei o ministro das Finanças a assinar comigo e com ele a carta para as instituiçõ­es”, revelou Passos.

TROIKA “NÃO CONFIAVA” EM PORTAS E PASSOU A EXIGIR-LHE CARTAS ASSINADAS, DIZ PASSOS

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Passos considera que Montenegro só se tornou presidente do PSD pelo seu desempenho no Parlamento no período da troika
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