Conta, Peso e Medida Os 50 anos do 25 de abril
Comemoram-se amanhã os 50 anos do 25 de abril de 1974. Foi um golpe militar, mas os oficiais das Forças Armadas Portuguesas que organizaram o golpe e o puseram em marcha não queriam o poder para si. Quer o programa do Movimento das Forças Armadas (MFA), quer a proclamação da Junta de Salvação Nacional logo no próprio dia 25 de abril afirmavam com clareza que a ditadura seria derrubada e substituída por um regime democrático e não por outra ditadura. Por essa razão, o dia que pôs fim à longa noite da ditadura portuguesa foi desde o começo a data fundadora da nossa democracia.
A adesão popular transformou o golpe militar numa Revolução Democrática, que a coragem física e moral, a visão política e a liderança de Mário Soares conduziram no sentido do pluralismo e da Europa.
Cinco décadas passadas, não há um único indicador político, social ou económico em que Portugal e os portugueses não estejam hoje muito melhor e muito mais próximos dos outros países e povos europeus do que estavam há 50 anos. O grande desafio para o futuro é melhorar o ritmo do nosso progresso.
No estudo “Os Portugueses e o 25 de Abril”, desenvolvido por uma equipa do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e do ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa, em parceria com a Comissão Comemorativa dos 50 Anos do 25 de Abril de 1974, 65% dos inquiridos considera o derrube da ditadura o facto mais importante da História de Portugal. Essa é a grande homenagem que os portugueses fazem ao 25 de abril, com a consciência da importância desse dia para as suas vidas e do significado que teve para o desenvolvimento do país - ao longo dos seus quase 900 anos de histórias, não se encontra em Portugal outro período em que em tão pouco tempo a vida de tantos portugueses tenha melhorado tanto.
PS: O Governo acabou de anunciar a criação de uma comissão para celebrar no próximo ano os 50 anos do 25 de novembro de 1975, data
O grande desafio para o futuro é melhorar o ritmo do nosso progresso
importante da nossa história para manter intacto o espírito de abril. O General Ramalho Eanes terá segura e justamente um papel determinante nessas comemorações; infelizmente, Mário Soares já não está entre nós, mas alguém contará por ele o seu papel na liderança da frente civil das forças democráticas que garantiram a vitória no 25 de novembro. Felizmente, desta vez, ainda que com 50 anos de atraso, os líderes do PSD e do CDS vão poder sair dos esconderijos e juntarem-se ao povo que nas ruas vai celebrar a democracia.