Estado rejeita dar mais dinheiro à insolvente Inapa
Operação do grupo na Alemanha precisava no imediato de 12 milhões de euros ª FALHOU Inapa queria financiamento dos grandes acionistas, como a Parpública, que gere as participações do Estado
u A Parpública, entidade que gere as participações empresariais do Estado, terá recusado participar num empréstimo de 12 milhões de euros à Inapa para evitar a sua insolvência, segundo uma carta enviada pela empresa ao secretário de Estado do Tesouro, João Silva Lopes, e a que o CM teve acesso. O Ministério das Finanças já confirmou o pedido do grupo de distribuição de papel e reforçou que não lhe vai dar o financiamento solicitado.
O empréstimo em causa seria assegurado pelos principais acionistas, no caso a Parpública (detém 44,89% do capital), a Nova Expressão (10%) e o Novo Banco (6,55%). Em causa estariam os já referidos 12 milhões de euros para cobrir necessidades de tesouraria imediatas na operação na Alemanha, situação que acabou por desencadear a insolvência daquele grupo cotado na Bolsa de Lisboa, o que foi comunicado ontem à Comissão de Mercados de Valores Mobiliários. Na sequência da insolvência, o conselho de administração do grupo, presidido por Frederico Lupi, apresentou a demissão.
O Ministério das Finanças, tutelado por Joaquim Miranda Sarmento, avançou entretanto que só soube da “situação crítica” da empresa a 11 de julho e que concluiu pela inviabilidade da proposta da Inapa, após consultar a Parpública, a Direção-Geral do Tesouro e Finanças e a Unidade Técnica de Acompanhamento do
Setor Público Empresarial.
A distribuidora de papel, que opera em 10 países, tem a sua principal operação na Alemanha, onde estão a maioria dos 1500 trabalhadores do grupo, que emprega em Portugal 204 pessoas.
GRUPO DISTRIBUIDOR DE PAPEL COMUNICOU ONTEM À CMVM QUE DECLAROU INSOLVÊNCIA