Uma peça para agitar as consciências
Peça-sensação chega ao palco do Maria Matos, em Lisboa, numa encenação de Tiago Guedes ª PROTAGONISTA Margarida Vila-Nova dá corpo a uma mulher que põe em causa o sistema jurídico
u Uma jovem advogada de sucesso torna-se famosa por defender predadores sexuais – e por ganhar os processos, em detrimento das vítimas. Até ao dia em que um encontro com um colega corre mal e Maria Teresa Correia se vê do outro lado da barricada.
É assim ‘À Primeira Vista’, a peça-sensação da anglo-australiana Suzie Miller que apaixonou Margarida Vila-Nova e que estreia amanhã no Teatro Maria Matos, em Lisboa. Foi a própria atriz quem desafiou Tiago Guedes para a dirigir neste monólogo que questiona um sistema jurídico “feito por homens” e onde é difícil – leia-se praticamente impossível – fazer ouvir a voz de quem se queixa de abuso sexual.
Ao CM, o encenador – também conhecido (e aplaudido) como realizador – admite que “gostou muito do texto” e “da oportunidade de voltar a fazer teatro” – algo que não lhe acontecia desde 2019.
“O convite não deixa de ser desafiante: é um monólogo, e eu nunca tinha dirigido um monólogo; e supõe alguma proximidade entre a atriz e o espectador, difícil de conseguir numa sala com 400 lugares”, sublinha o criador. Vale a atriz, cujo talento e experiência “é garantia de qualidade, numa peça com um tão grande nível de exigência”.
De resto, Tiago Guedes diz que lhe interessa, enquanto encenador, “que o espetáculo não se torne bandeira”.
“Os problemas que a peça levanta são importantes, mas numa lógica de abrir a conversa e de conseguir estabelecer pontes de diálogo, em vez de dividir, de colocar pessoas de um lado e do outro da barricada”, explica. ‘À Primeira Vista’, que tem cenário de Catarina
Amaro e figurinos de Rita
Alves, estará em cartaz até
10 de agosto, de quinta a sábado às
21h00.
Bilhetes a 20 euros.
ESPETÁCULO ESTARÁ EM CENA ATÉ 10 DE AGOSTO E PODE SER VISTO DE QUINTA A SÁBADO