Empresas não estão preparadas para a IA
LEGISLAÇÃO Regulamento europeu entra em vigor no próximo mês, mas há muitas questões que carecem de clarificação ª TECNOLOGIA Organizações que não acompanharem podem “ficar para trás”
Especialistas em inteligência artificial (IA) estão preocupados com a “falta de esclarecimento oficial” das empresas sobre este tema, sendo que estas vão ter de estar “preparadas para aplicar o regulamento europeu”, que foi publicado no Jornal Oficial da
União Europeia (UE) a 12 de julho e que entra em vigor a 1 de agosto. Sublinhando a importância de existir regulação, João Martins, responsável pela gestão de dados analíticos e de IA na Noesis (especialista em serviços de TI), frisa, contudo, que “não há regulamentos ideais, nem menos ideais”. O responsável questiona-se, acima de tudo, sobre “quem vai ficar responsável por validar” e verificar se os projetos de IA estão em conformidade com o AI Act (regulamento). “Vai ser dividido por indústria, haverá um regulador central?”, interroga.
“Isto em Portugal ainda não está claro”, pelo que “a minha principal preocupação é a falta de esclarecimento oficial des-se tes temas todos”, afirma João Martins.
“As empresas ainda estão numa fase de passagem da introdução dos protótipos que começaram a montar, ainda estamos numa fase, no meu entender, de começar a produzir aquilo” que surgiu da IA generativa, refere, acrescentando que começa a verificarque as áreas jurídicas das empresas começam a “ter curiosidade” sobre o que está a ser feito sobre IA e qual o objetivo.
As empresas, diz, “vão fazer o caminho de perceber quais os impactos” da regulação e o que está escrito nas mais de 140 páginas do IA Act. “Se estamos preparados em Portugal? Vamos ter de estar”, reforça. Até porque “as organizações que não adotarem este tipo de iniciativa correm risco de ficar para trás face à concorrência, que é global”, rematou.
ESPECIALISTAS ESTÃO PREOCUPADOS
COM A “FALTA DE ESCLARECIMENTO”