Destak

Os sistemas não são estanques

- LÍDIA PARALTA GOMES Jornalista do semanário ‘Expresso’

Na última semana falei aqui do Benfica e do falhado ataque ao mercado, que deixou os encarnados sem soluções em pelo menos duas posições nevrálgica­s: a baliza e o eixo da defesa. A derrota frente ao Boavista só veio confirmar esses problemas (e no caso da baliza de uma forma bem dolorosa), mas a verdade é que os problemas do Benfica só começam na falta de soluções.

Tal como no jogo da Champions, no Bessa percebeu-se algo provavelme­nte bem mais grave: a vencer, o Benfica tem dificuldad­es em segurar e controlar o jogo. E a perder, não tem tática alternativ­a para procurar dar a volta. Colocar avançados uns atrás dos outros e rezar já não se usa há muito muito tempo e nem é preciso ser treinador de futebol para o perceber.

Os clubes ditos pequenos podem ter menos recursos mas uma nova vaga de treinadore­s jovens e sagazes facilmente detetam os pontos fracos dos grandes.

E já muitos perceberam que anular Pizzi e Jonas é meio caminho andado para anular o Benfica.

Talvez esteja na hora de, ao contrário, os grandes terem a humildade de perceberem as qualidades dos mais pequenos e trabalhare­m as suas equipas nesse pressupost­o. Como fez Sérgio Conceição em Vila do Conde. Teve respeito pelo adversário, aprendeu com os erros feitos a meio da semana, mudou a equipa e saiu do Estádio dos Arcos com uma vitória.

Trabalhar um sistema é uma coisa, trabalhar só um sistema é outra. Já fora deste tempo, diga-se. E nesta altura o Benfica precisa mais do que reforços em janeiro: precisa de mais soluções com os jogadores que tem.

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