Altos responsáveis da Catalunha detidos
Guardia Civil com operação musculada para evitar o referendo à independência marcado para 1 de outubro.
AGuarda Civil espanhola deteve ontem 14 pessoas na Catalunha, entre as quais vários quadros do governo autónomo, nomeadamente o vice-presidente. Durante as buscas a 22 locais para evitar o referendo independentista, suspenso pelo Tribunal Constitucional, foram confiscados 10 milhões de boletins de voto, além de cartazes e documentos que iam ser utilizados nas assembleias de voto a 1 de outubro.
O chefe do Governo espanhol justificou a ação da polícia com a aplicação das leis e o Estado de direito. Ma- riano Rajoy insistiu que foi o poder judicial quem determinou uma tomada de posição mais dura. No entanto, o presidente do executivo regional, a Generalitat, já acusou Madrid de atuar com uma «atitude totalitária» e recusa-se a cancelar o referendo.
Carles Puigdemont foi mais longe, acusando o Governo espanhol de «suspender de facto» a autonomia da Catalunha, resolvendo «aplicar um estado de exceção». Por isso, apelou aos catalães a responderem com «firmeza e serenidade».
Por outro lado, o coordenador geral do partido separatista espanhol EH Bildu apelou à sociedade basca para que se mobilize perante o «assalto de tropas da Guardia Civil» à Generalitat. Também o Barcelona «condenou» as ações policiais, dando o seu apoio à autodeterminação.