Desejosos como há muito não se via
Estudo conclui que a propensão dos portugueses para fazer compras está nos níveis mais elevados em 15 anos. Mesmo com a confiança económica estagnada.
Continua a verificar-se uma tendência ascendente para uma maior propensão para as compras em Portugal. De acordo com um estudo da GFK, a que o Destak teve acesso, no 3º trimestre deste ano, a vontade de consumir dos portugueses atingia os 13 pontos (isto numa escala que vai de -80 a 80).
Trata-se do nível mais elevado desde o final de 2002, com uma subida de 8,9 pontos face ao segundo trimestre. E uma forte subida de 29,6 pontos em comparação com igual período do ano passado. Esta confiança recorde em 15 anos é ainda mais assinalável quando os portugueses não mantiveram a tendência de subida sobre a expetativa económica.
Apesar do aumento homólogo de 19,9 pontos, a tendência de subida para a confiança no crescimento económico foi interrompida no 3º trimestre face aos primeiros seis meses do ano, recuando mesmo ligeiramente para os 37,7 pontos. Esta tendência vai de encontro aos dados ontem divulgados pelo INE.
O indicador de clima económico em Portugal disponível até setembro e o indicador de atividade económica dis- ponível até agosto estabilizaram, com o primeiro a situar-se nos 2,1 pontos (o mesmo que em agosto) e o segundo nos 3,1 pontos (valor registado pelo quarto ano consecutivo).
Confiança alastra pela Europa
Voltando ao estudo da GFK, a consultora refere que «a forte vontade de comprar irá, possivelmente, refletir-se numa mais sólida procura interna». Mas também as exportações, que vem sendo o motor do crescimento económico em Portugal, poderão sair beneficiadas.
É que também o consumidor europeu está cada vez mais tentado a abrir os cordões à bolsa, com o índice a atingir 20,9 pontos (acima dos 19,1 pontos do 2º trimestre e bem acima dos 13 registados em Portugal), o nível mais alto desde o final de 2007.