«Era esta a altura de cantar-me»
Finalmente a carismática Ana Bacalhau aventura-se em “Nome Próprio”. Álbum de estreia a solo da cantora é lançado hoje e nós falámos com ela.
Depois dos Lupanar e dos Deolinda, quando é que chegaste à conclusão que estava na hora de te lançares na gravação de um álbum em Nome Próprio?
Eu sempre estive em bandas e fui encontrando a minha voz. Mas só comecei a sentir alguma confiança em fazerumacoisaasoloem2013,quando fiz uns concertos a solo onde eu fazia versões de músicas importantes no meu percurso. Queria fazer um trabalho de originais onde eu me pudesse mostrar, com um som meu.
Pegando numa letra de uma música deste disco, estavas “com o sangue a ferver”?
Era esta a altura de cantar-me a mim, a Ana Bacalhau. Por isso é que neste disco há tantas letras como a que estás a citar. Houve essa necessidade de me exprimir e expor um pouco mais
Além de ser um álbum eminentemente pessoal, nota-se que é um álbum de uma mulher, um disco feminista, no melhor dos sentidos do termo. Concordas comigo?
Concordo e fico muito feliz que me digas isso. De facto é um álbum que marca a minha passagem de menina a mulher: ganhei confiança em mim, nas minhas capacidades e consegui assumir essa feminilidade. Além disso, desde o primeiro ensaio deste disco que estava grávida. A gravidez e a maternidade deram-me uma força e confiança em mim mesma renovada. Acho que isso também se transmite neste álbum.
Já quanto a colaboradores, rodeaste-te de um verdadeiro ‘dream team’, só nomes ilustres… a nata da nata. Sentes-te bem em boa companhia?
(risos) Sou uma sortuda. Fui-me lembrando de pessoas cujo precur- so fizesse sentido na construção deste disco e na sonoridade que eu tinha na cabeça. É um grupo de pessoas muito diferentes, que vem da pop, tradição, rock, etc. Eu, uma felizarda, fui convidando as pessoas e elas foram dizendo que sim. Fiquei muito feliz, até porque antes de tudo sou fã delas.
E como foi isto de te aventurares pela primeira vez na composição enquanto cantautora?
Não me vejo propriamente como cantautora. Se sinto a necessidade de escrever, faço-o. Mas num disco como este, em que eu me proponha cantarme, achei que era importante ter algum documento meu, alguma palavra a dizer em termos autorais. Achei que fazia sentido.
O que vem aí agora? Muita estrada nos próximos tempos?
Vamos começar a tocar pelo país fora já em novembro, principalemnte em auditórios, algo que segue até à primvaera. Depois o plano passa por avançar para as festas de verão e perceber como o disco funciona ao ar livre.