Instituições estão atentas aos excessos
Banco de Portugal admite atuar se a concessão de crédito ‘derrapar’. Deco alerta para más práticas.
Os bancos estão a dar melhores condições nos novos empréstimos. Quer através de spreads mais baixos, quer através de prazos mais longos para o pagamento, as chamadas maturidades. À partida, isto seriam boas notícias para os consumidores, mas também há riscos.
No relatório sobre a estabilidade financeira que ontem publicou, o Banco de Portugal (BDP) alerta que irá atuar juntos dos bancos caso verifique que estes se estão a exceder no relaxamento dos critérios de atribuição de crédito. As taxas de juro atuais, em mínimos históricos, dão espaço para esta política, que resulta de uma maior concorrência no mercado, mas o regulador quer evitar erros do passado, quando o facilitismo gerou altos níveis de malparado.
Também a Deco está preocupada, nomeadamente com a possibilidade do sobreendividamente voltar em força. Isto porque algumas más práticas do passado estão a ser recuperadas pelas instituições financeiras, nomeadamente ao nível de ofertas agressivas. Para suportar esta crítica, a associação de defesa do consumidor dá o exemplo do envio de emails com propostas de crédito pré-aprovado.
Juros mais altos no consumo
Os cartões de crédito terão, no 1º trimestre de 2018, uma taxa de juro máxima de 16,4%, 0,3 pontos percentuais acima do limite atualmente em vigor. É a primeira subida decretada pelo BDP esde o 2º trimestre de 2016.