Destak

Como não lidar com o falhanço

- LÍDIA PARALTA GOMES Jornalista do semanário ‘Expresso’

Tentei encontrar um adjetivo positivo para caracteriz­ar a campanha do Benfica na Liga dos Campeões mas estava a tentar entrar no campo do impossível. Seis derrotas em outros tantos jogos é um embaraço e piora quando percebemos que 1) o Benfica era o cabeça de série do grupo e 2) tinha a obrigação de ser superior ao Basileia e CSKA Moscovo. Chegámos assim com surpresa à pior participaç­ão de sempre de uma equipa portuguesa na Champions, bem sustentada por exibições muito abaixo do que seria exigível a uma equipa que é campeã nacional há quatro anos consecutiv­os. No último jogo, com o Basileia, o Benfica jogava pela honra e pelo dinheiro, mas nada disso foi incentivo para uma equipa errática e com poucas ideias, algo que tem passado de certa maneira incólume nas competiçõe­s internas, mas não lá fora, onde a exigência é outra e o Benfica simplesmen­te não estava preparado para ela. Já o discurso de Rui Vitória não se coaduna com o momento, porque o treinador do Benfica continua a acreditar que a sua equipa não foi inferior aos adversário­s na campanha europeia e que o jogo frente ao Basileia foi «o espelho do que se passou nos restantes jogos», em que o Benfica teve o azar de procurar o golo e procurar e procurar mas nunca conseguir marcar e apanhar adversário­s que defendem bem e contra-atacam melhor. Apetece dizer, bem-vindo à Champions Rui. Perante factos, Rui Vitória teria apenas de assumir o imenso fracasso que foi esta passagem fugaz pelas competiçõe­s europeias. E nada mais.

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