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O Mundo em 2020

- EDUARDO VÍTOR RODRIGUES Presidente da Câmara de V. N. Gaia

Éa um ritmo acelerado que o Mundo que conhecemos se está a transforma­r numa versão mais desmateria­lizada, mais binária, mais digital. Por isso, não é de estranhar que muitos dos objetos que nos rodeiam e aos quais damos uso diário tendem a desaparece­r dentro de poucos anos. Leio um artigo que tem por título “Trinta coisas que vão desaparece­r até 2020” e fico fascinado e assustado com a perda das coisas que, hoje, temos por adquiridas. Em 2020, antecipa-se um cenário em que a constelaçã­o de objetos, como as câmaras digitais e as pen drive’s, esteja completame­nte obsoleta. Utilizarem­os, nessa altura, as câmaras dos nossos telemóveis e enviaremos os nossos ficheiros e documentos para a cloud digital. Das trinta coisas que o artigo lista, algumas parecem estar já em declínio. Já não é difícil imaginarmo­s um mundo em que os documentos em papel deixam de existir com a utilização de documentos e assinatura­s digitais, anunciando-se um mundo onde os jornais e livros desaparece­m. Nesta matéria, tenho as minhas dúvidas uma vez que já não é a primeira vez que se dita a morte do livro e do papel, o que até hoje não aconteceu. A revolução Gutenberg ainda não tem substituto definitivo mas diria que estamos, fatalmente, mais próximos de uma mundividên­cia em que o livro e o papel tendem a tornar-se objetos algo exóticos. O artigo dá conta, também, do desapareci­mento das contas no correio, substituíd­as pelos pagamentos online. A nossa caixa do correio arriscase a ficar ainda mais solitária, depois de ter perdido para o email e para as redes sociais quase toda a nossa correspond­ência pessoal. Temos que nos preparar para ser e estar de modo cada vez mais digital porque o mundo dá-nos alternativ­as ao que conhecemos e as nossas vidas adquirem uma dimensão cada vez mais imaterial.

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