Associações pedem aposta na expansão
Produção renovável representou 44% do consumo de eletricidade em 2017, ano em que se verificou um aumento das emissões poluentes devido à seca e aos fogos.
Com base no balanço ao que se passou em 2017, a Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN) e a Associação Sistema Terrestre Sustentável - Zero lançaram ontem um apelo público: que 2018 traga uma «aposta consistente nas energias endógenas e renováveis como forma de aumentar a autonomia energética do país, em linha com os objetivos de descarbonização do Acordo de Paris, que passam por limitar o aumento da temperatura no planeta a 2°C».
Depois dos bons resultados em 2016, no ano passado a produção de eletricidade a partir de fontes renováveis em Portugal Continental representou apenas 44% do consumo de eletricidade. O que ficou a dever-se a dois fatores: a seca extrema e os incêndios florestais.
Por um lado, as emissões associadas à produção de eletricidade não renovável foram de aproximadamente 19,4 milhões de toneladas de dióxido de carbono, um aumento de cerca de 4 milhões de toneladas em relação a 2016. Por outro, os fogos motivaram um aumento de 7,1 milhões de toneladas. Tudo junto, 2017 foi o ano com maiores emissões de gases com efeito de estufa em Portugal desde o início da década: por cada kwh consumido foi emitido 360 g de CO2 e o acréscimo de emissões foi de 20%.
Benefício de 727M€
Apesar das dificuldades, as duas associações destacam os importantes ganhos que as energias renováveis trouxeram ao setor. Não só evitaram a emissão de 8,5 milhões de toneladas de CO2, como também permitiram poupar 770 milhões de euros (M€) na importação de combustíveis fósseis, aumento a autossuficiência energética do país. Além disso, levaram a uma redução do preço médio da eletricidade transacionada no mercado grossista de 18,3 €/MWH, o que «representa um benefício para o consumidor em 2017 de 727M€».
Por tudo isto, é vital integrar «novas energias endógenas e renováveis no nosso mix energético».