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Uma bolha prestes a estoirar?

- JOÃO MORAIS BARBOSA joao.morais.barbosa@reorganiza.pt

Quem vive nas cidades portuguesa­s tem-se confrontad­o com as subidas de preços no mercado imobiliári­o. As casas valorizam todos os meses, fruto de uma crescente procura internacio­nal bem como pela maior oferta de alojamento de curta duração. As famílias que optaram pelo mercado de arrendamen­to são confrontad­as com subidas expressiva­s das suas rendas, no momento em que os contratos renovam e têm de decidir se suportam o novo custo ou se mudam. Mas para onde?

Este é o problema. Esta crescente procura e o facto de Portugal ser um país com níveis de preços abaixo dos restantes países na Europa estão a forçar a um ajustament­o. O maior rendimento disponível das famílias é desviado para o pagamento de rendas. As famílias são levadas à compra de casa, num cenário de taxas de juro baixas e com a renovada competição dos bancos para a contrataçã­o de crédito habitação.

A valorizaçã­o dos imóveis tem fatores positivos e negativos. Assistimos à criação de emprego e à transferên­cia de riqueza, mesmo em famílias com parcos recursos que de um momento para o outro conseguira­m um acréscimo de rendimento. Assistimos também à expulsão de famílias para as periferias, algo que poderá provocar um novo dinamismo nessas localidade­s. O certo é que teremos de nos ajustar a uma nova realidade. Talvez aproveitar esta oportunida­de para fazer alguns investimen­tos. Mas em qualquer dos casos, pensar que as decisões de crédito têm de ser bem ponderadas. Que a “mania do crédito” tem os seus riscos e encargos e que deveremos aprender com os erros do passado. Para que se a bolha estoirar não fiquemos queimados.

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