I... solidário
Declaro a minha solidariedade para com as paralisações da Infraestruturas de Portugal (IP). Para além de pilotos da Rayanair, e alguns funcionários de museus, um sector de trabalhadores da IP quis também demonstrar que isso de Páscoa em paz pertence ao passado. Devemos viver este novo ciclo com gratidão. O estreante conceito de greve é algo a que temos de nos habituar. Aquela coisa de a greve ser um recurso para reivindicar junto de administrações e patrões melhores salários e condições de trabalho, já era. Hoje a greve com horas marcadas e com pausa para almoço e lanche deve fazer-se contra os trabalhadores das outras áreas laborais. Repare-se neste sublime exemplo da IP: os grevistas em nada lesaram a empresa (até ficou com menos custos salariais). Reduziram em mais de metade, pela segunda vez este ano, o funcionamento dos comboios da CP e Fertagus (diminuíram a circulação pela ausência da IP). Tudo isto por aumento salarial e recuperação de poder de compra. Eu também quero recuperar o meu. Sei que para isso, por vezes é necessário, com passe pago, andar a pé ou pagar a deslocação na rodoviária ou táxi. Chama-se a isto sacrifícios para se atingirem os objetivos. Pela minha parte, contribui – como milhares de apeados – para que os grevistas consigam justos aumentos salariais. Aliás, já estou expectante para a greve do metro de Lisboa, dia 19, a percursora da nova atitude: lesar os outros trabalhadores. Contem com a minha incondicional solidariedade!