Gordo despropósito
Odebate até estava a ser esclarecedor, mas ainda que juiz em causa própria penso que se entendia que havendo um e apenas um Benfica, em termos de procedimentos, de atitudes, de interesses, também de comunicação, há dois Benficas. Um é pensante, outro é acéfalo; um é criativo, outro é subserviente; um é financeiramente desprendido, outro é financeiramente comprometido. Foi a TVI 24 que promoveu uma acareação entre mim e o funcionário (?) Pedro Guerra, personagem canhestra, que tem preenchido larga fatia do anedotário nacional com danos para o Benfica, a sua história, a sua cultura, a sua possança, a sua fascinação. Quase no termo da disputa, Guerra utilizou um argumento rasteiro com o fito de manipular as opiniões.
«Até foste ao casamento de Bruno de Carvalho», repetiu com tom de histeria. Foi um gordo despropósito. Verdade que participei no enlace, até disse, na altura, interrogado pelos jornalistas, que a presença de um tetracampeão não poderia ser subestimada, sem querer ferir, desportivamente, susceptibilidades sportinguistas, mas reforçando, orgulhosamente, delicadezas benfiquistas. Guerra foi um demagogo. Acaso desconhece que Luís Filipe Vieira é (ou foi) sócio do Sporting e do FC Porto? Acaso desconhece que Paulo Gonçalves, diretor jurídico do Benfica, tem matriz portista? Acaso desconhece que Domingos Soares Oliveira, diretor financeiro do Benfica, tem matriz sportinguista? Acaso desconhece que Jorge Gomes, tanto tempo da estrutura portista, é assalariado do Benfica? Acaso desconhece que o atual responsável pela comunicação vermelha ainda há um ano trajava de verde?
Saiba o Guerra e os seus apaniguados: honro-me da minha cultura democrática e desportiva, conquanto jamais traí ou perjurei a mais deleitante das minhas paixões, a paixão pelo Benfica.