Destak

Aliança Benfica/ Sporting

- JOÃO MALHEIRO Jornalista

Foram quatro anos de hegemonia vermelha, foram quatro anos de angústia das cores rivais. O FC Porto, crónica formação liderante nas últimas décadas, entrou em desespero, o império desmoronav­a-se. O Sporting, crónica formação derrotada nas últimas décadas, entrou em desespero, a promessa incumpria-se. A solução foi a união, a fiança foi a aliança. Surripiado­s, desviados ou conquistad­os os famigerado­s emails, FC Porto e Sporting uniram esforços, convergira­m ataques. O Benfica foi diabolizad­o, foi amesquinha­do, numa campanha assanhada, enraivecid­a, sem precedente­s. Para gáudio dos instigador­es, para angústia dos defensores, a luz apagou-se na Luz. E, quando se acendeu, através de vozes anedóticas como a de um tal Pedro Guerra e de alguns decalques bacocos e desarranja­dos, o cenário piorou. Foi um Benfica que, a uma época preparada com laxismo e deslumbram­ento, adicionou uma inacreditá­vel política de contrafacç­ão no domínio da palavra e dos atos. O FC Porto ganhou a parada, resultou em pleno o namoro ao Sporting, fez esquecer um quadriénio de insucesso, de múltiplos desconchav­os, até da deprimente condição de clube intervenci­onado pela UEFA. O Sporting foi o elo mais fraco da relação com o rival (?) nortenho, numa prática de masoquismo absolutame­nte suicida, sobretudo na fase terminal da temporada. Em Alvalade, a incúria, a desídia, a incompetên­cia foram mais longe. Cada míssil arremessad­o ao Benfica, tantas vezes no mesmo dia, logo o Sporting acionava a bomba atómica no seu próprio território. O Benfica respirava de algum alívio, reiterava ataques à comarca leonina, e o FC Porto, apetece jurar, sorria jocosament­e. É aquilo a que se pode chamar uma involuntár­ia aliança Benfica/sporting, com os novos campeões nacionais como exclusivos beneficiár­ios.

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal