Ir mais longe no plástico
Anotícia de uma baleia na Tailândia que terá morrido após ingerir 80 sacos de plástico não deixou ninguém indiferente e colocou na agenda a discussão sobre as medidas de redução do plástico, em especial o descartável. Veio, igualmente, a público que a criação da taxa de 0,10€ nos sacos de plástico mais leves, aplicada pelo anterior Governo, teve como impacto a queda da venda desses sacos em 94%, resultando no desaparecimento progressivo desta oferta nas grandes superfícies, sem transtornos aos consumidores. Sobre esta temática o Governo apresentou recentemente um pacote de iniciativas, tais como a possibilidade de trocarmos garrafas de plástico nas grandes superfícies por senhas de desconto ou um selo de boas práticas para os restaurantes que deixem de usar plástico descartável e tenham comportamentos sustentáveis, que entendo serem positivas, mas que poderiam ter ido mais longe. Além do cuidado que se devia ter com o desvio significativo dos plásticos da recolha municipal para as grandes superfícies, que pode causar desnecessários e não intencionais desequilíbrios financeiros, o Governo poderia ter exigido mais às associações de restauração e da grande distribuição. Tal como foi criada para os sacos de plástico mais leves, fará sentido criar uma taxa ao copo de plástico descartável, ou simplesmente determinar uma data para o fim da sua circulação. Devemos, ainda, exigir mais m2 de venda a granel nas grandes superfícies e exigir que as embalagens de líquidos de pequena dimensão deixem de ser comercializadas, ou reduzam espaço de venda. Esperemos, assim, que este primeiro pacote de medidas seja reforçado na ambição, pois não há razão para não acelerarmos a mudança.