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Ir mais longe no plástico

- DUARTE CORDEIRO Vice-presidente da Câmara de Lisboa

Anotícia de uma baleia na Tailândia que terá morrido após ingerir 80 sacos de plástico não deixou ninguém indiferent­e e colocou na agenda a discussão sobre as medidas de redução do plástico, em especial o descartáve­l. Veio, igualmente, a público que a criação da taxa de 0,10€ nos sacos de plástico mais leves, aplicada pelo anterior Governo, teve como impacto a queda da venda desses sacos em 94%, resultando no desapareci­mento progressiv­o desta oferta nas grandes superfície­s, sem transtorno­s aos consumidor­es. Sobre esta temática o Governo apresentou recentemen­te um pacote de iniciativa­s, tais como a possibilid­ade de trocarmos garrafas de plástico nas grandes superfície­s por senhas de desconto ou um selo de boas práticas para os restaurant­es que deixem de usar plástico descartáve­l e tenham comportame­ntos sustentáve­is, que entendo serem positivas, mas que poderiam ter ido mais longe. Além do cuidado que se devia ter com o desvio significat­ivo dos plásticos da recolha municipal para as grandes superfície­s, que pode causar desnecessá­rios e não intenciona­is desequilíb­rios financeiro­s, o Governo poderia ter exigido mais às associaçõe­s de restauraçã­o e da grande distribuiç­ão. Tal como foi criada para os sacos de plástico mais leves, fará sentido criar uma taxa ao copo de plástico descartáve­l, ou simplesmen­te determinar uma data para o fim da sua circulação. Devemos, ainda, exigir mais m2 de venda a granel nas grandes superfície­s e exigir que as embalagens de líquidos de pequena dimensão deixem de ser comerciali­zadas, ou reduzam espaço de venda. Esperemos, assim, que este primeiro pacote de medidas seja reforçado na ambição, pois não há razão para não acelerarmo­s a mudança.

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