Renovação dos barcos é a grande prioridade
Portugal poderá ter menos 14 milhões de euros, mas o que os pescadores querem é mudança de políticas.
AComissão Europeia propôs ontem uma dotação de 6,14 mil milhões de euros para um fundo mais simples e mais flexível dedicado à pesca europeia e à economia marítima. A entidade quer concentrar-se nos pequenos pescadores (embarcações até 12 metros) e na proteção dos ecossistemas marinhos, área que deverá ficar com 30% da verba total.
O chamado fundo para as pescas para o período 2021-2027 prevê uma redução para 96,5% do que todos os Estados-membros recebem atualmente. No caso de Portugal são 14 mi- lhões de euros a menos: 378,5M€ em vez de 392,5M€. Mas o Ministério do Mar garante que se trata «apenas de uma proposta» que começará a ser discutida na próxima segunda-feira.
Mais do que a verba propriamente dita, as duas associações nacionais do setor da pesca estão preocupadas com o uso do dinheiro. Ou seja, querem alargar os projetos que acedem aos fundos (atualmente pouco mais do que material de segurança), incluindo a renovação das embarcações, com melhores meios de conservação do pescado e monitorizações mais económicas.
Uma reivindicação que até será exequível, pois, segundo a Comissão, cada país «poderá orientar o apoio para as suas prioridades estratégicas, em vez de terem de se limitar a uma lista de ações elegíveis».