Destak

Formação deficiente potencia acidentes

Associação defende uma reformulaç­ão do ensino dos motociclis­tas para baixar a sinistrali­dade, depois de em 2017 o número de mortos ter aumentado 114%.

- JOÃO MONIZ jmoniz@destak.pt

Os dados da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, que contemplam só as vítimas nas 24 horas após um acidente, indicam que o número de mortos entre os motociclis­tas passou de 43 em 2016 para 92 em 2017. Um aumento de 114% na mortalidad­e que contraria a tendência da década anterior. Ou seja, as vítimas mortais em veículos de duas rodas tinham descido 64% de 120 em 2006 para 43 em 2016, quando no mesmo período o número de motas aumentou 70% de 164 763 para 280 412.

A Prevenção Rodoviária Portuguesa (PRP) explica a «subida brutal» em 2017 com dois fatores: o número muito baixo de mortes em 2016 e um aumento do volume de circulação dos motociclos significat­ivo em 2017. Dito de outra forma, quem tem mota utilizou-a mais, devido ao menor número de dias de chuva, ao fomento do uso deste tipo de veículos (lugares de estacionam­ento, por exemplo) e aos menores custos de transporte.

Só que a PRP não se contenta com esta explicação e entende que, até face à «expectável tendência de aumento da utilização destes veículos», dado que «a sua utilização regular é ainda inferior à de países europeus com carateríst­icas climatéric­as semelhante­s», urge «reduzir a sinistrali­dade nestes utentes da estrada». E para isso é preciso «reformular todo o sistema de formação de motociclis­tas».

Ao Destak, o presidente da PRP critica que os alunos só aprendam a fazer um oito, dado ser esta a única manobra exigida em exame. «Não existe nenhuma exigência no exame, de forma a que a formação contemple a correta posição de condução para cada tipo de motociclo, a forma correta de se posicionar na via para curvar, a forma correta de curvar (incluindo onde travar e onde acelerar) e, principalm­ente, a forma correta de utilizar o sistema de travagem».

José Miguel Trigoso também quer incentivar a utilização de equipament­os de segurança por parte do condutor (luvas, blusão, dorsais ou equipament­os com sistemas de airbags).

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Especialis­tas defendem que motociclis­tas devem ter condução defensiva

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