Mais 50 mil casas num ano e meio
Áreas metropolitanas de Lisboa e Porto concentram 61% dos fogos em processo de licenciamento desde o início de 2017, que na sua maioria são construção nova.
De janeiro de 2017 a junho de 2018, a Confidencial Imobiliário contabilizou a entrega de 49,4 mil pedidos de licenciamento de fogos habitacionais em Portugal Continental. Pouco mais de 39 mil dessas futuras habitações eram construção nova (80%), enquanto as restantes (10 mil) são fruto de projetos de reabilitação.
Segundo a consultora, «a pressão da procura, e o seu efeito nos preços, está a gerar um impulso no mercado de promoção imobiliária, cujas expectativas têm permitido o lançamento de um número cada vez maior de no- vos projetos habitacionais, num cenário em que a escassez de oferta continua a ser uma das maiores limitações ao crescimento do mercado». Uma realidade mais premente nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, que aglomeram 36% e 25% dos fogos em licenciamento (seis em cada dez no seu conjunto).
Esta tendência é confirmada por outros indicadores. A Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas divulgou ontem que, em julho deste ano, a atividade de reabilitação urbana aumentou 47,7% face ao mesmo mês de 2017. De acordo com o barómetro desta entidade, a carteira de encomendas teve um crescimento de 33%, enquanto o tempo assegurado de laboração a um ritmo normal fixou-se em 8,7 meses.
Preços vão aumentar 9,5%
Com esta pujança, é inevitável que a escaçada dos preços da habitação continue. Pelo menos é o que espera a Standard & Poor’s. A agência de rating aponta para um aumento nos custos de 9,5% ao longo de 2018 e de 7% no próximo ano. Para 2020 e 2021 estão previstas subidas de 6% e 5%.