Rastreios visuais a crianças em risco
Optometristas, que se queixam de serem excluídos do Serviço Nacional de Saúde, estão indignados com medida do Governo para a saúde visual dos portugueses.
AAssociação de Profissionais Licenciados de Optometria (APLO) não tem dúvidas: a circular normativa da Direção-geral de Saúde para a realização de rastreios visuais a crianças de 2 e 4 anos ignora as recomendações da Organização Mundial de Saúde para a ambliopia e erros refrativos, ao não implementar cuidados primários para a saúde da visão de proximidade e na comunidade, por não recorrer a optometristas nos centros de saúde.
«Esta medida irá contribuir para o agravamento da situação atual das listas de espera de oftalmologia, colocando em risco a saúde das nossas crianças», afirma ao Destak o presidente da APLO. É que, recorda Raúl Sousa, as estatísticas oficiais apontam para uma «evidente deficiência de meios ao nível dos cuidados primários para a saúde da visão, que acentua as dificuldades de acessibilidade às primeiras consultas de Saúde da Visão-oftalmologia». Inclusive, em 2017 ficaram por realizar 233 228 consultas.
A normativa, garante a APLO, é também contrária ao recomendado pela Organização Mundial da Saúde e pela Agência Internacional para a Prevenção da Cegueira, que sugerem a integração dos optometristas nos centros de saúde como o «profissional responsável pelos cuidados primários para a saúde da visão». «Lamentamos ainda que o processo para a elaboração da Estratégia Nacional para a Saúde da Visão, que esteve em discussão pública em julho desde ano, tenha ignorado os contributos públicos apresentados sendo pouco transparente e uma completa manobra de ilusão».
Integrar mais profissionais
A APLO defende igualmente que a integração de Optometristas no Serviço Nacional de Saúde é a solução para resolver o problema crónico na lista de espera de oftalmologia e para melhorar o acesso de todos os portugueses aos cuidados necessários para a saúde da visão.