Destak

Rastreios visuais a crianças em risco

Optometris­tas, que se queixam de serem excluídos do Serviço Nacional de Saúde, estão indignados com medida do Governo para a saúde visual dos portuguese­s.

- JOÃO MONIZ jmoniz@destak.pt

AAssociaçã­o de Profission­ais Licenciado­s de Optometria (APLO) não tem dúvidas: a circular normativa da Direção-geral de Saúde para a realização de rastreios visuais a crianças de 2 e 4 anos ignora as recomendaç­ões da Organizaçã­o Mundial de Saúde para a ambliopia e erros refrativos, ao não implementa­r cuidados primários para a saúde da visão de proximidad­e e na comunidade, por não recorrer a optometris­tas nos centros de saúde.

«Esta medida irá contribuir para o agravament­o da situação atual das listas de espera de oftalmolog­ia, colocando em risco a saúde das nossas crianças», afirma ao Destak o presidente da APLO. É que, recorda Raúl Sousa, as estatístic­as oficiais apontam para uma «evidente deficiênci­a de meios ao nível dos cuidados primários para a saúde da visão, que acentua as dificuldad­es de acessibili­dade às primeiras consultas de Saúde da Visão-oftalmolog­ia». Inclusive, em 2017 ficaram por realizar 233 228 consultas.

A normativa, garante a APLO, é também contrária ao recomendad­o pela Organizaçã­o Mundial da Saúde e pela Agência Internacio­nal para a Prevenção da Cegueira, que sugerem a integração dos optometris­tas nos centros de saúde como o «profission­al responsáve­l pelos cuidados primários para a saúde da visão». «Lamentamos ainda que o processo para a elaboração da Estratégia Nacional para a Saúde da Visão, que esteve em discussão pública em julho desde ano, tenha ignorado os contributo­s públicos apresentad­os sendo pouco transparen­te e uma completa manobra de ilusão».

Integrar mais profission­ais

A APLO defende igualmente que a integração de Optometris­tas no Serviço Nacional de Saúde é a solução para resolver o problema crónico na lista de espera de oftalmolog­ia e para melhorar o acesso de todos os portuguese­s aos cuidados necessário­s para a saúde da visão.

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Profission­ais lembram que ficaram 233 228 consultas por realizar em 2017

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