Destak

Revolução pacífica sem causar baixas

Apesar do baixo entrosamen­to, Portugal não foi inferior à Croácia (1-1) e mostrou uma propensão atacante maior face a um passado recente. Sinais a confirmar.

- JOÃO MONIZ jmoniz@destak.pt

Fernando Santos baixara as expectativ­as, avisando que era muito difícil atingir um nível exibional por aí além com jogadores que treinaram juntos pouco mais de dois dias. E convém destacar este facto: Portugal alinhou ontem com apenas três jogadores no 11 titular que foram campeões europeus há pouco mais de dois anos.

Rui Patrício, Pepe e William Carvalho foram a trave-mestra de uma equipa que está claramente num processo de renovação. Seis dos titulares de ontem têm menos de 10 internacio­nalizações e a maioria está abaixo dos 24 anos. Atletas mais experiente­s como João Moutinho e Adrien ou figuras de uma geração intermédia como André Gomes e João Mário não serão cartas foras do baralho, mas o futuro pertence a Bernardo Silva, André Silva, Rúben Neves, João Cancelo e Rúben Dias.

Por estes nomes passou a grande metamorfos­e que ontem ficou sugerida frente ao finalista vencido do Mundial que contava com muitas das suas figuras principais, com Modric à cabeça: mais do que uma equipa de contenção, com médios e falsos extremos para controlar posicionam­en- tos defensivos e atacar pela certa, Portugal foi ontem intenso e atacante num 4-3-3 com Neves e Pizzi no miolo de tração à frente, enquanto Bernardo e Bruma só pensam na baliza contrária.

Sendo este um jogo amigável, era fácil esta propensão de Fernando Santos. O verdadeiro teste às intenções será feito na segunda-feira, no primeiro jogo da nova Liga das Nações frente à Itália. Uma partida que o selecionad­or leva a sério, pelo menos a julgar pela 2ª parte morna de ontem. Os 45 minutos complement­ares foram um bocejo, o cumprir de uma obrigação simplesmen­te. Deste período pouco mais se retirou do que as estreias absolutas de Sérgio Oliveira e Gedson Fernandes, mais dois talentos que terão uma palavra a dizer. No geral, confirmou-se o grande momento de Patrício e destacou-se o golo de Pepe na 100ª internacio­nalização.

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Gedson estreou-se, num jogo em que Pepe foi o 6º a chegar aos 100 jogos

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