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ACP quer usar 16 mil lugares para carros

Há quatro carros para cada lugar de estacionam­ento em Lisboa, revela estudo. ACP pretende usar parques já existentes à entrada da capital como alternativ­a.

- JOÃO MONIZ jmoniz@destak.pt

Oponto de partida é simples de perceber: os residentes em Lisboa têm mais de 375 mil carros, a que se juntam outros 370 mil que todos os dias entram na cidade, para um total de 745 mil veículos a circular. Como esta só tem 200 mil lugares de estacionam­ento, na prática há quase quatro carros por cada vaga. Um problema que se pode agravar com as alterações na zona de Entrecampo­s, onde se irão perder 76% dos lugares de estacionam­ento.

Em maio de 2017 a Câmara de Lisboa anunciou a criação de 4555 lugares de estacionam­ento em parques dissuadore­s, mas o Automóvel Club de Portugal (ACP) diz que não é suficiente – até porque cinco destes sete parques situam-se já no interior da malha da cidade – e avança outra proposta. A associação quer criar uma rede de parques dissuadore­s ao longo da CRIL, rentabiliz­ando 16 285 lugares já existentes que não são aproveitad­os no período diurno. Passeio Marítimo de Algés (2864), Estádio Nacional (1800), Ikea Alfragide (1000), Dolce Vita Tejo (4000), Strada Outlet (1000), Metro Odivelas (900), Ikea Loures (1000), Mercado Galinheira­s (500) e Expo - Trancão (3221) são as infraestru­turas sugeridas.

Para o plano resultar, seria necessário «implementa­r um conjunto de ligações que incentivem o uso dos transporte­s públicos, com destaque para o metropolit­ano, comboio e Carris», com «tempos, condições de conforto e segurança aceitáveis». Assim se conseguiri­a «descongest­ionar as zonas centrais da cidade» e «reduzir as emissões de partículas nocivas». O perigo de exposição das crianças à poluição automóvel é superior em 37% à dos adultos, revela um estudo do grupo ambiental alemão Deutsche Umwelthilf­e. Isto porque os níveis de dióxido de azoto (NO2) foram 7,2% em média mais altos na medição realizada a um metro do solo, o que deixa as crianças – e também os animais de estimação, nomeadamen­te os cães – mais expostos aos gases.

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ACP destaca que uma das vantagens é reduzir a emissão de partículas nocivas

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