Pequenasescolas ougrandes centrosescolares?
Qual a dimensão ideal das escolas que queremos para o futuro da educação dos nossos filhos? Durante alguns anos, a tendência em Portugal e pelo mundo fora foi a de construção de grandes centros escolares, por se considerar que racionalizam melhor os recursos e demonstram maior eficácia. Mas, caro leitor, pense comigo: uma escola pequena, de bairro, de proximidade, não é melhor para a educação dos nossos filhos? Uma escola onde todos se conhecem pelo nome próprio, onde há espaço para o envolvimento comunitário de pais e professores, onde as estatísticas confirmam que há menos violência entre os alunos, onde se configura um mais afetuoso ensino-aprendizagem… Ao pensar assim, porventura verme-á como um revivalista, um saudosista das escolas que ainda pululam pelas nossas vilas, cidades e aldeias, e estranhará que eu defenda que devemos protegêlas para o futuro. Enquanto nos grandes centros escolares a educação é um serviço que se presta à comunidade, nas escolas mais pequenas prevalece um sentido de missão. Aqui, este espírito é partilhado por todos, o que pode aumentar o sentido de pertença e fomentar a participação cívica. A palavra escola, do grego Skholé, significava na sua origem discussão ou conferência, e este sentido primitivo é mais acalentado pelas escolas pequenas, onde há espaço para a partilha de diferentes perspetivas que interagem e se intercetam no crescimento pessoal do aluno e no seu envolvimento com a restante comunidade educativa. Apesar da proliferação de centros escolares a que assistimos nas últimas décadas, cada vez mais estudos internacionais apontam para a importância da preservação das escolas pequenas, de vizinhança. Elas são pilares da nossa memória coletiva, da nossa identidade e são excelentes ambientes de aprendizagem.