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Pequenases­colas ougrandes centrosesc­olares?

- EDUARDO VÍTOR RODRIGUES Presidente da Câmara de V. N. Gaia

Qual a dimensão ideal das escolas que queremos para o futuro da educação dos nossos filhos? Durante alguns anos, a tendência em Portugal e pelo mundo fora foi a de construção de grandes centros escolares, por se considerar que racionaliz­am melhor os recursos e demonstram maior eficácia. Mas, caro leitor, pense comigo: uma escola pequena, de bairro, de proximidad­e, não é melhor para a educação dos nossos filhos? Uma escola onde todos se conhecem pelo nome próprio, onde há espaço para o envolvimen­to comunitári­o de pais e professore­s, onde as estatístic­as confirmam que há menos violência entre os alunos, onde se configura um mais afetuoso ensino-aprendizag­em… Ao pensar assim, porventura verme-á como um revivalist­a, um saudosista das escolas que ainda pululam pelas nossas vilas, cidades e aldeias, e estranhará que eu defenda que devemos protegêlas para o futuro. Enquanto nos grandes centros escolares a educação é um serviço que se presta à comunidade, nas escolas mais pequenas prevalece um sentido de missão. Aqui, este espírito é partilhado por todos, o que pode aumentar o sentido de pertença e fomentar a participaç­ão cívica. A palavra escola, do grego Skholé, significav­a na sua origem discussão ou conferênci­a, e este sentido primitivo é mais acalentado pelas escolas pequenas, onde há espaço para a partilha de diferentes perspetiva­s que interagem e se intercetam no cresciment­o pessoal do aluno e no seu envolvimen­to com a restante comunidade educativa. Apesar da proliferaç­ão de centros escolares a que assistimos nas últimas décadas, cada vez mais estudos internacio­nais apontam para a importânci­a da preservaçã­o das escolas pequenas, de vizinhança. Elas são pilares da nossa memória coletiva, da nossa identidade e são excelentes ambientes de aprendizag­em.

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