Escolas continuam a recusar diabéticos
Associação de Jovens com Diabetes lamenta que a doença continue associada a vários mitos que provocam preconceito; 5% da população está por diagnosticar
Adiabetes tipo 1 continua a estar associada a mitos no que toca ao impacto que tem na vida dos doentes, denuncia a Associação de Jovens Diabéticos de Portugal (AJDP). Por exemplo, a ideia de que os jovens que vivem com diabetes não podem escolher a profissão que desejam ou praticar desporto é algo que continua presente na mente de pais, professores e da população em geral.
«Atualmente, ainda existem escolas que não aceitam crianças que vivem com diabetes, por não saberem ou não terem quem lhes possa dar o apoio necessário», diz a presidente da AJDP ao Destak. Isto quando «as escolas deviam funcionar como um veículo que contribui para desmistificar da doença e não como algo que acentua ainda mais esta questão».
Além do tratamento com insulina, a alimentação saudável e a prática de exercício físico são pilares essenciais para que os níveis de insulina estejam controlados. Contudo, garante Paula Klose, «ainda existem muitos profissionais, como professores de educação física, que privam as crianças de realizar as aulas por acharem que não é saudável».
Porque é essencial «alertar todas as pessoas que viver com diabetes não impede um estilo de vida ativo e saudável, nem a escolha de profissões ou hobbies», a AJDP vai promover várias iniciativas até ao Dia Mundial da Diabetes, que se assinala a 14 de novembro.
500 mil pessoas sem noção
A prevalência da diabetes tem aumentado nos últimos anos, fruto dos maiores níveis de obesidade, sedentarismo e consumo de calorias, mas a doença continua subdiagnosticada. Estima-se que 12,4% dos portugueses sejam diabéticos, mas só 7% têm disso conhecimento.
Logo, 5,4% dos doentes – aproximadamente 500 mil pessoas – estão por diagnosticar, quando um indivíduo com diabetes tem até oito vezes maior probabilidade de desenvolver uma doença cardíaca.