Destak

Sem vitórias não há estado de graça

- LÍDIA PARALTA GOMES Jornalista do semanário ‘Expresso’

Escrevo este texto antes de saber o resultado do Benfica-ajax, jogo para a Liga dos Campeões que, das duas, três: se o Benfica venceu, Rui Vitória ganha um saco de oxigénio para os próximos dias; se o Benfica empatou, Rui Vitória aumenta a desconfian­ça e reduz-se ainda mais o prazo para dar a volta; se o Benfica perdeu, Rui Vitória fica numa posição ainda mais insustentá­vel aos olhos dos adeptos, pouco habituados a séries de derrotas nos últimos anos.

Seja qual for o resultado desta jornada de Champions, nada apagará as duas derrotas seguidas que o Benfica traz do campeonato, jogos em que os encarnados não jogaram nem melhor nem pior do que em outras fases da era Rui Vitória, com a diferença que agora nem as individual­idades parecem conseguir resolver.

E a contestaçã­o a Rui Vitória vai tornar-se em pouco tempo contestaçã­o a Vieira. Numa altura em que cumpre 15 anos na presidênci­a do Benfica, o Vieirismo vive tempos frágeis, no meio de processos que correm na justiça. O que para o adepto, infelizmen­te, pouco importa. Mas começará a importar a partir do momento em que os encarnados deixarem de ganhar em campo. Aí, falar-se-á mais entre os adeptos sobre Paulo Gonçalves, sobre o E-toupeira, sobre os mails. Vieira sabe disso. E sem querer ficar com o ónus de presidente que perde a calma e despede treinadore­s, já está a preparar caminho para passar mais ou menos incólume neste processo, se ele tiver de existir: não despedirá Rui Vitória, a menos que Rui Vitória queira sair. E esta última parte da frase é muito importante. A menos que este queira sair. Paulo Gonçalves, por exemplo, também saiu pelo próprio pé.

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