Qualquer coisa, mas palpável
Em semana de Web Summit e de enorme rodopio à volta das Startups portuguesas, com imagens, artigos e notícias a inundarem todos os meios de comunicação e redes sociais, dei por mim a pensar qual o futuro de Portugal.
Sou um empresário, com participação em diferentes empresas, todas relacionadas com serviços e novas tecnologias. Empresas saudáveis que têm crescido, empregam dezenas de pessoas e apresentam resultados interessantes, mas não produzem nada palpável. E aqui está a base dos meus pensamentos…
Todo este mundo de novas tecnologias, Startups Tecnológicas, Fintechs, Rondas de investimento estão baseadas em negócios que até à data pouco provaram e que por norma têm resultados, no curto prazo, muito reduzidos. Vemos empresas com Faturações mínimas, modelos de negócio ainda por descobrir e muitas vezes com prejuízos enormes a conseguir “levantar” dezenas de milhões de euros em rondas de investimento. Mas baseado em quê? Apenas no potencial de negócio e na capacidade de ser escalável. Na maioria dos casos são negócios que fracassam ou que são engolidos por gigantes (Facebook, Google, Amazon…) que criam áreas de negócio semelhantes.
Será que é isto que Portugal precisa? Será esta a base de crescimento do nosso pais? Acredito que não, acredito que em Portugal falta indústria, falta quem produza. Faltam carpintarias, serralharias, padarias, produtos palpáveis. Penso que estamos demasiado focados nas novas tecnologias, no mundo digital, na prestação de serviços e esquecemos que aquilo que verdadeiramente faz um país crescer, é a indústria e a capacidade de produzir algo da forma mais eficiente possível. Eu pretendo fazer o meu papel e um dia ser conhecido como o rei dos frangos, dos tapetes ou de outra coisa qualquer… mas palpável!