Destak

Qualquer coisa, mas palpável

- MARTIM IGLESIAS DE OLIVEIRA moliveira@reorganiza.pt

Em semana de Web Summit e de enorme rodopio à volta das Startups portuguesa­s, com imagens, artigos e notícias a inundarem todos os meios de comunicaçã­o e redes sociais, dei por mim a pensar qual o futuro de Portugal.

Sou um empresário, com participaç­ão em diferentes empresas, todas relacionad­as com serviços e novas tecnologia­s. Empresas saudáveis que têm crescido, empregam dezenas de pessoas e apresentam resultados interessan­tes, mas não produzem nada palpável. E aqui está a base dos meus pensamento­s…

Todo este mundo de novas tecnologia­s, Startups Tecnológic­as, Fintechs, Rondas de investimen­to estão baseadas em negócios que até à data pouco provaram e que por norma têm resultados, no curto prazo, muito reduzidos. Vemos empresas com Faturações mínimas, modelos de negócio ainda por descobrir e muitas vezes com prejuízos enormes a conseguir “levantar” dezenas de milhões de euros em rondas de investimen­to. Mas baseado em quê? Apenas no potencial de negócio e na capacidade de ser escalável. Na maioria dos casos são negócios que fracassam ou que são engolidos por gigantes (Facebook, Google, Amazon…) que criam áreas de negócio semelhante­s.

Será que é isto que Portugal precisa? Será esta a base de cresciment­o do nosso pais? Acredito que não, acredito que em Portugal falta indústria, falta quem produza. Faltam carpintari­as, serralhari­as, padarias, produtos palpáveis. Penso que estamos demasiado focados nas novas tecnologia­s, no mundo digital, na prestação de serviços e esquecemos que aquilo que verdadeira­mente faz um país crescer, é a indústria e a capacidade de produzir algo da forma mais eficiente possível. Eu pretendo fazer o meu papel e um dia ser conhecido como o rei dos frangos, dos tapetes ou de outra coisa qualquer… mas palpável!

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