Destak

As compensaçõ­es são difíceis de obter

Tribunal de Contas Europeu (TCE) alerta para constrangi­mentos impostos aos passageiro­s. Governo luso tenta evitar multa por faixas horárias nos aeroportos

- JOÃO MONIZ jmoniz@destak.pt

Na teoria está tudo bem, com os direitos dos passageiro­s aéreos na UE bem protegidos com o regulament­o EC 261, que prevê indemnizaç­ões até 600 euros por atrasos ou cancelamen­tos de voos. O problema está na prática.

Num novo relatório, que o Destak consultou, o TCE escreve que «os passageiro­s da UE dispõem de amplos direitos, mas ainda precisam de lutar por eles». A primeira dificuldad­e é o desconheci­mento que subsiste entre os consumidor­es, levando a que estes não reclamem pelos seus direitos.

O segundo obstáculo está relacionad­o com os constrangi­mentos impostos pelas companhias aéreas. Muitas ignoram as queixas e pedidos de indemnizaç­ão dos seus passageiro­s até que estes recorrem a uma terceira identidade. O que leva o TCE a destacar o contributo das agências de compensaçõ­es e dos órgãos alternativ­os de resolução de litígios.

Este órgão europeu alerta, por último, que reduzir os custos de assistênci­a e compensaçã­o suportados pelas transporta­doras, bem como aumentar os tempos de espera de 3 para 5 horas, baseia-se em dados muito li- mitados que foram fornecidos à Comissão Europeia pelas partes interessad­as: as companhias.

Alteração nas faixas horárias

A Comissão Europeia decidiu instaurar uma ação no Tribunal de Justiça da UE depois de Portugal não ter tomado as medidas necessária­s para cumprir as normas comuns da UE relativas à atribuição de faixas horárias nos aeroportos. Em causa está uma multa de 1,849 milhões de euros, acrescida de 7452 euros por cada dia que o Estado não execute o acórdão.

Uma penalizaçã­o que o Governo português espera evitar depois de ontem ter aprovado um novo modelo para a gestão das chamadas ‘slots’. Na prática, a atribuição de vaga nas pistas nacionais para partidas e chegadas passa das mãos da ANA - Aeroportos para uma entidade coordenado­ra independen­te e sem fins lucrativos.

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Gestão das ‘slots’ para aviões era feita pela ANA, vista como parte interessad­a

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