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Risco de pobreza

- DUARTE CORDEIRO Vice-presidente da Câmara de Lisboa

OINE - Instituo Nacional de Estatístic­a publicou o Inquérito às Condições de Vida e Rendimento de 2018, que avalia o risco de pobreza no país em correspond­ência à percentage­m da população abaixo do limiar de pobreza. Os resultados permitem-nos dizer que o risco de pobreza em Portugal diminuiu em toda a linha.

A taxa risco de pobreza diminuiu de 18,3% para 17,3%, valor mais baixo desde 2003. O índice de Gini, que mede, entre outros, o nível de concentraç­ão de riqueza ou de dispersão de rendimento, também melhorou para 32,6% (-0,9 pp), onde 100% representa toda riqueza concentrad­a numa só pessoa. O peso dos 10% da população com mais rendimento­s sobre os 10% com menores rendimento­s também diminuiu de 10,0 para 8,9. Ao nível regional percebemos que existe uma grande desigualda­de entre território­s, com a Área Metropolit­ana de Lisboa com a taxa mais baixa (12,3%) e os Açores (31,5%) com o valor mais alto. Merece destaque a diminuição da taxa de pobreza entre os trabalhado­res, de 10,8% para 9,7%. A primeira, e mais óbvia conclusão, é que as políticas de reposição de rendimento­s e a criação de emprego foram muito eficazes e o país beneficia como um todo. Em segundo lugar, que diminuiu a taxa de risco de pobreza mas também as desigualda­des, apesar de continuare­m a registar-se valores elevados.

Sempre defendi que este Relatório constasse do Orçamento de Estado, responsabi­lizando os Governos pelo impacto que as suas políticas têm na desigualda­de, bem como a descrimina­ção positiva em matéria fiscal das empresas que pratiquem políticas salariais que melhorem estes dados, em concreto no que diz respeito ao peso dos mais bem pagos sobre os mais pobres. A redução da desigualda­de é dos maiores ativos que poderemos deixar para o futuro.

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