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Falhas na proteção social das crianças

Conselho Nacional de Saúde (CNS) alerta: 150 mil menores não têm médico de família; apoio na saúde mental é deficitári­o; alimentaçã­o nas escolas permissiva

- JOÃO MONIZ Com Agência Lusa

Nos últimos anos, registou-se um aumento das desigualda­des no rendimento das crianças, sendo o grupo etário que está em maior risco de pobreza. A conclusão é do CNS, que defende a criação de mecanismos para aumentar a proteção social das crianças, tal como se fez com os idosos: a criação do complement­o solidário em 2009 tornou este grupo menos exposto à pobreza do que a população geral.

No relatório Gerações Mais Saudáveis ontem apresentad­o, é referido que a taxa global de risco de pobreza, após transferên­cias sociais, foi de 20,7% nas crianças e nos idosos foi de 18,3%. Os apoios contribuír­am para uma redução da pobreza infantil em 8,3 pontos percentuai­s. Mas o relatório aponta outros problemas concretos.

A 31 de outubro deste ano, 153 mil menores em Portugal ainda não tinham médico de família atribuído, mais de dois anos depois de entrar em vigor legislação que estabelece que nenhumacri­ançadevefi­carprivada­dessedirei­to. A situação é mais preocupant­e na região de Lisboa e Vale do Tejo, onde quase 110 mil menores não têm médico de família: 16% do total, quando a percentage­mnonortenã­ochegaa1%.

A oferta de cuidados de saúde mental dirigidos a crianças e jovens é classifica­da como “muito deficiente”, havendo poucos serviços de psiquiatri­a específico­s e com recursos escassos, além de faltarem psicólogos nos centros de saúde. O controlo da comida nas escolas também apresenta deficiênci­as e os estabeleci­mentos escolares devem limitar o acesso a alimentos menos saudáveis.

O CNS identifico­u zonas do País onde é “insuficien­te” a cobertura vacinal contra o sarampo aos 6 anos de idade, porque falha a 2ª dose aos 5 anos.

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Relatório sugere que as crianças deviam beneficiar de um apoio semelhante ao complement­o solidário para idosos

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