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Doentes graves com cirurgias adiadas

Os administra­dores hospitalar­es falam em panorama “extremamen­te grave” devido à greve dos enfermeiro­s e dizem que é imperativo acabar com o protesto

- JOÃO MONIZ Com Agência Lusa

Existem várias situações de doentes que necessitam de forma urgente de uma cirurgia sem que seja contemplad­a pelos serviços mínimos, que na prática consideram doentes oncológico­s e os que entram pela porta da urgência”, afirma à agência Lusa o presidente da Associação Portuguesa dos Administra­dores Hospitalar­es. O problema, explica Alexandre Lourenço, é que os serviços mínimos decretados para esta greve dos enfermeiro­s são típicos para um, dois ou três dias, quando esta paralisaçã­o, até até ao final de dezembro, vai durar no total mais de um mês. E os sindicatos até já admitiram prolongá-la para o início de 2019.

A situação nos blocos operatório­s dos cinco centros hospitalar­es afetados “é extremamen­te grave”. “Há um conjunto de doentes que se não forem operados vão ter danos claros sobre o seu estado de saúde que não será recuperado no curto ou no longo prazo”. Os administra­dores pedem mesmo que o Ministério da Saúde divulgue publicamen­te esses casos ou então que autorize os hospitais a fazê-lo.

Alexandre Lourenço não confirma o número de que estão a ser adiadas 500 cirurgias por dia, colocando antes o enfoque no singular. “Estamos a falar de casos individuai­s de doentes que pela gravidade do seu estado de saúde vão ser prejudicad­os para a vida”. Por isso mesmo, o dirigente pede que Ministério e sindicatos se entendam para acabar com a greve.

Mais profission­ais parados

Por estes dias, o SNS é igualmente abalado pela greve dos técnicos de diagnóstic­o e terapêutic­a (TDT), que decorrerá em dias intercalad­os até ao fim do ano. O primeiro desses períodos iniciou-se ontem e termina às 24h de hoje.

A ministra da Saúde disse ontem estar a tentar aproximar-se às expectativ­as destes profission­ais e que na próxima segunda-feira haverá uma reunião. Só que “os portuguese­s não nos perdoariam se não escolhêsse­mos as prioridade­s certas”.

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Administra­dores não confirmam que estão a ser adiadas 500 cirurgias por dia

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