Velhos heróis para os novos leitores
Lucky Luke, Blake & Mortimer e Vaillant fazem parte da infância de milhões de pessoas por todo o mundo há anos. Agora vão encantar novas gerações de leitores
Amenos de três semanas do Natal, estão já nas livrarias as novas aventuras de Lucky Luke, Blake & Mortimer e Michel Vaillant. São prendas alternativas para quem quiser afastar os mais novos (... e não só) dos ecrãs dos jogos de vídeo ou dos telemóveis.
Um Cowboy em Paris vai obrigar Lucky Luke, pela primeira vez, a trocar o faroeste americano pela Europa. Ao 80º livro, o homem que dispara mais rápido do que a sua própria sombra é enviado à Cidade-luz. A missão? Proteger a construção da Estátua da Liberdade e escoltá-la da capital francesa até Nova Iorque.
Na 8ª aventura desenhada por Achdé, o mais fiel sucessor de Morris, e escrita por Jul, não faltam as cenas de ação, as confusões, e os inenarráveis irmãos Dalton, logo a abrirem a história. Mas a verdadeira piada é ver um Lucky Luke, montado no seu Jolly Jumper, surpreendido com a magnificência das avenidas e palácios de Paris, bem distante das cidades agrestes do Oeste.
Mais realista, mas unido pelo espírito do mistério, O Vale dos Imortais é um regresso em grande estilo da dupla Blake & Mortimer, numa história escrita por Yves Sente. Na ilustração, dois holandeses quase desconhecidos – Teun Berserik e Peter Van Dongen –, mas que seguem um traço ‘à letra’ do desenho do criador Edgar P. Jacobs.
Situada imediatamente a seguir à primeira aventura O Segredo do Es- padão, O Vale dos Imortais arranca em Lassa, no Tibete, com o palácio do ditador Basam-damdu acabado de ser destruído por uma esquadrilha de espadões. É o fim da Terceira Guerra Mundial, mas logo ali ao lado, o senhor da guerra Xi-li tenta obter um manuscrito que lhe dará o poder numa China a ser dilacerada pela guerra civil entre os comunistas de Mao Tsé Tung e os nacionalistas de Chiang Kai-shek.
Vaillant regressa ao Oriente
Já em Macau, sétima aventura da nova fase de Michel Vaillant, o piloto francês acaba de sair da prisão, depois de ter sido detido por suspeita de estar envolvido no acidente que matou o irmão. Com o clã Vaillant estilhaçado, é naquela cidade oriental com marca portuguesa que Michel irá começar a revitalizá-lo: recuperar a empresa da família e relançar a insígnia na competição automóvel. Os adversários irão fazer tudo para travar-lhe os passos.
Philippe Graton e Denis Lapière, na escrita, e Benjamin Benéteau, no desenho, propõem um Macau com uma história eficaz e bem ritmada, mas bem afastada do original de Jean Graton.