Perturbações afetam 34% das ligações
Cerca de sete milhões de passageiros prejudicados com atrasos e cancelamentos de voos que partiram de Portugal em 2018. Lisboa é quem falha mais os horários
No dia em que foi assinado o acordo para a expansão da capacidade aeroportuária de Lisboa, a Airhelp revelou que, no ano passado, cerca de 64 mil voos com partida de Portugal sofreram perturbações. Isto significa que 34% dos voos com origem nos aeroportos portugueses atrasaram-se ou foram cancelados.
Segundos os dados fornecidos ao Destak pela empresa especializada em reclamações, cerca de 7 milhões de passageiros foram afetados por estas perturbações, o que corresponde a uma média diária de cerca de 20 mil pessoas. Os cálculos também permitem avançar que 340 mil pessoas teriam direito a uma compensação.
Além das greves, os atrasos e cancelamentos explicam-se pelo aumento “exponencial” de passageiros, que “colocaram os aeroportos sob pressão adicional”. Como seria de esperar, o Aeroporto Humberto Delgado registou a maior taxa de perturbações (37%), com 38.700 voos atrasados ou cancelados. No verão, onde o fluxo turístico é maior, a taxa de pontualidade não vai além dos 50% – ver gráfico ao lado.
Faro é a infraestrutura com menos problemas, enquanto que as perturbações afetam um em cada quatro voos com partida do Porto.
Solução Montijo é definitiva
A ANA - Aeroportos de Portugal e o Estado assinaram ontem o acordo para a expansão da capacidade aeroportuária de Lisboa, que prevê um in- vestimento de 1,15 mil milhões de euros até 2028. Quer a concessionária, quer o ministro do Planeamento e Infraestruturas asseguraram que eventuais correções que sejam apontadas pelo Estudo de Impacte Ambiental (ainda em desenvolvimento) serão automaticamente aplicadas.
Já o primeiro-ministro deixou claro que, a partir de agora, acabou a discussão sobre possíveis alternativas ao Montijo. António Costa destacou que ao selar este acordo, mesmo sem o aval ambiental, criaram-se condições para avançarem as urgentes obras de melhoramento no Humberto Delgado e que até vão ficar mais caras do que a transformação da base aérea do Montijo num aeroporto civil complementar ao de Lisboa.