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Sintra e Porto recusam novas competênci­as

Autarquias não aceitam mais responsabi­lidades sem que fique definido o respetivo financiame­nto

- JOÃO MONIZ jmoniz@destak.pt

Sintra e Porto já decidiram que não vão aderir este ano à descentral­ização de competênci­as do Estado central para as autarquias. Um revés para o processo, tendo em conta que se trata do 2º e 4º concelhos mais populosos do país e dos que têm maior impacto mediático.

As decisões das duas autarquias têm um fundamento comum: o desconheci­mento sobre os impactos financeiro, organizaci­onal e na gestão de meios humanos. Dito de outra forma, nem Basílio Horta nem Rui Moreira aceitam ficar responsáve­is por serviços sem terem a garantia do dinheiro que vão receber para isso.

Num processo com muitos avanços e recuos, o Governo conseguiu aprovar os 21 decretos setoriais para a transferên­cia de competênci­as, mas apenas 11 já foram publicados em Diário da República. Além disso, a Assembleia da República chumbou a constituiç­ão do Fundo de Financiame­nto da Descentral­ização (FDD).

Daí que, mal foram conhecidas as primeiras recusas, a Associação Nacional de Municípios Portuguese­s (ANMP) tenha vindo a público pedir que Governo e partidos políticos com assento parlamenta­r clarifique­m “rapidament­e” o modo de garantia do financiame­nto. É que as autarquias podem recusar gerir serviços como as cantinas escolares ou os centros de saúde em 2019 e 2020, mas a partir de 2021 serão obrigadas a fazê-lo.

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Rui Moreira tem sido um crítico acérrimo de todo o processo © PETER SPARK

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