Um presidente que ama ser!
O ridículo instalou-se em Belém, e anda a sonhar com anjos e belezas. O inquilino e corredor de fundo não dorme, ou dorme pouco só de pensar em consolar a vistinha, mal possa. Depois de ir à TVI dar uma entrevista ao dono do monte alentejano, quis compensar a moça que dele se separou, e que concorre ao lado numa outra estação de têvê, para onde foi agora.
Aquele pedaço de riso e gargalhada construída, que assenta a sua graça em duas boas pernas e saca um salário chorudo, que nem actriz nacional, ou jogador de futebol do Vitória de Setúbal, até se passou quando agarrou o auscultador (...) e, estupefacta, ouviu do outro lado a voz identificada do presidente dos afectos e dos mal aconchegados.
Era mesmo a voz inesperada e, no entanto e bem vistas as coisas, a voz omnipresente – eu sou o ocupante do palácio de Belém e “tive neste instante uma aberta numa reunião e dei um saltinho para lhe telefonar apenas para lhe desejar e ao seu programa boa sorte”.
Se não foi assim, foi mais ou menos isto que o presidente lhe quis dizer, ao ouvido, mas por telefone, que é outra maneira de ficar próximo. E fez bem o homem. Deste modo, empatou os concorrentes ‘entertainers’ das duas estações que disputam audiências, numa de compensação em falta à rapariga da gargalhada fácil e riso até às orelhas.
A justificação para tal atitude foi dada, embora não se saiba se foi convincente, e até se será só isto que o presidente de futilidades quer, ou se espera a vir a ter.
Do Você na TVI, talvez nem seja de esperar maior popularidade, mas do ridículo não se safa. Da rapariga vistosa e provocadora, vamos esperar se num programa a que se venha a chamar, por hipótese, Ponto de Encontro, não se avivarão algumas chamas, que ficaram por apagar dos incêndios (...).
Coisas do coração, difíceis de entender, mas ridículas, como são ridículas as coisas dos afectos privados ao telefone, neste país indefinível e cómico!
Concordo com o entrevistador Manuel Luís Goucha quando diz que “a ideologia do politicamente correcto é perigosa”.
A proliferação de movimentos de extrema-direita surge devido ao falhanço das políticas sociais e da forma como é tratado o acolhimento dos refugiados.
A ideologia extremista de direita deve ser combatida olhos nos olhos, com argumentos históricos. O nazi-fascismo não se combate com palavras de ordem. Afinal, é crime admirar António de Oliveira Salazar?