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‘Apagão’ dos pontos provoca protestos

Funcionári­os públicos que vão ser aumentados para 635 euros podem perder os direitos acumulados para promoção na carreira. Sindicatos rejeitam proposta

- JOÃO MONIZ Com Agência Lusa

Oque os sindicatos da Função Pública temiam pode confirmar-se. Os 70 mil trabalhado­res que vão ver os seus salários subir para 635 euros deverão perder os pontos da avaliação de desempenho dos últimos anos que dariam direito à progressão remunerató­ria. A informação foi ontem confirmada pela Frente Comum após uma reunião com o Governo.

Na prática, haverá casos de pessoas beneficiad­as e outras prejudicad­as. Um trabalhado­r que ganhe 607 euros por ter recebido metade do valor da progressão devida passa de imediato para os 635 euros, não tendo de esperar por dezembro de 2019. Mas quem tinha nove pontos (faltando apenas um para a progressão para o próximo nível remunerató­rio, que é de 683 euros), ficará sem os mesmos, reiniciand­o a contagem.

“O Governo não está a cumprir a lei” com esta solução, garantiu ontem Ana Avoila, da Frente Comum. Daí que a estrutura vá avançar com a ação de protesto prevista para fevereiro, que poderá ser uma greve ou uma manifestaç­ão nacional. Contudo, a FESAP revelou que o Governo mostrou “sensibilid­ade” para encon- trar uma solução à posteriori que evite “injustiças”.

CGTP quer aumentos de 4%

A Confederaç­ão Geral dos Trabalhado­res Portuguese­s (CGTP) aprovou ontem, em plenário, a intensific­ação das ações de luta entre janeiro e março, exigindo o aumento geral dos salários em, pelo menos, 4% com acréscimo não inferior a 40 euros e a subida do salário mínimo para 650 euros.

A CGTP convocou ainda uma concentraç­ão no dia em que a proposta de lei que altera o Código do Trabalho for apresentad­a para votação na Assembleia da República. Defendendo que a proposta não respeita a Constituiç­ão, nomeadamen­te ao acabar com o período experiment­al e colocar em causa a segurança no emprego, a intersindi­cal pede que os partidos a chumbem ou que o Presidente da República a vete.

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Ana Avoila (Frente Comum) admite greve ou concentraç­ão nacional em fevereiro

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