Maiores dificuldades para comprar casa
Agência de notação financeira salienta que os preços estão a crescer rapidamente em Lisboa e Porto, o que torna a missão dos compradores mais desafiante
Quem tem passado um mau bocado para comprar casa vai ter a missão ainda mais dificultada nos próximos dois anos. A Fitch espera um aumento moderado nas dificuldades para adquirir uma habitação em Portugal ao longo dos próximos dois anos, mas a agência de notação financeira salienta que em Lisboa e Porto a história é outra.
Os preços nestas duas cidades estão a “crescer rapidamente” e como os salários não acompanham esse ritmo, a capacidade de deter uma casa vai enfraquecer em maior medida. Além disso, a procura por residentes estrangeiros pressiona ainda mais a falta de oferta, o que também inflaciona os custos.
Só no 2º trimestre de 2018, os preços das casas em Lisboa e no Porto aumentaram 20% e 22%, respetivamente, face a igual período de 2017.
Só 8% de escritórios vazios
Outro sinal do dinamismo do mercado são os resultados do segmento de escritórios, que em Lisboa atingiu a maior taxa de ocupação dos últimos dez anos. Os 201.985 metros quadrados (m²) preenchidos em 2018 repre- sentam um aumento de 21% face a 2017. Os 8% da taxa de desocupação são o valor mais baixo desde o 3º trimestre de 2009, salientaram ao Destak várias consultoras imobiliárias.
A chamada zona 6 (Oeste) foi a que apresentou maior dinâmica, com 56.000 m² colocados (27,6% do total de colocações) fruto de 57 negócios. O Eixo A5 até Porto Salvo e Alfragide beneficiou da falta da oferta nova no centro da cidade de Lisboa. Sinal disso é que a zona 5 (Parque das Nações) é aquela que claramente tem uma taxa de desocupação mais baixa: cerca de 2,4%.
As áreas entre os 800 e os 3.000 m² registaram o maior volume de absorção, contribuindo para 43% do total. A superfície média transasionada registou um crescimento considerável (35%), passando de 667 para 902 m². O valor médio de renda foram 21 euros por mês por metro quadrado.