Serviços mínimos mais alargados
Reunião de hoje entre Governo e sindicatos dos enfermeiros determina se avança nova fase do protesto. Médicos querem melhor proteção dos direitos dos doentes
Para a Ordem dos Médicos, a greve às cirurgias feita pelos enfermeiros em cinco hospitais não deveria ter tido os mesmos serviços mínimos que um protesto normal, normalmente de curta duração. “A questão fulcral prende-se com as particularidades desta greve, que é uma greve longa e em blocos cirúrgicos”, defendeu o responsável na região Norte.
António Araújo foi uma das personalidades ouvidas ontem pelos deputados, a quem disse que “é uma greve extremamente particular, que nunca tinha acontecido. E os serviços mí- nimos deviam ter tido em atenção estas particularidades”.
Esta posição surgiu 24 horas antes da reunião de hoje entre Ministério da Saúde e sindicatos. As estruturas sindicais, apesar de terem adiado a 2ª fase da greve cirúrgica, têm baixas expectativas e avisam que ou as negociações avançam ou o protesto volta a adiar cirurgias.
Estes profissionais não abdicam da criação da categoria de especialista (reivindicação que deverá ser atendida), da antecipação da idade da reforma para os 57 anos e da revisão da grelha salarial com aumento do ordenado base – as últimas duas dificilmente serão concretizadas.
Vida não esteve em causa
Também no Parlamento, a Ordem dos Enfermeiros garantiu não ter tido conhecimento da violação dos serviços mínimos, como chegou a ser denunciado – inclusive, as administrações hospitalares não reportaram qualquer problema. Embora reconhecendo que a greve “prejudica as pessoas”, a bastonária garantiu que “não ao ponto de colocar em causa a vida” dos utentes do SNS.