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Quantas Cristinas há?

- VÍTOR COLAÇO SANTOS São João das Lampas, Sintra JOSÉ AMARAL Vila Nova de Gaia

A operária corticeira Cristina Tavares foi despedida depois de denunciar assédio moral continuado e porque lutava pelos seus direitos laborais.

O patronato cilindra os trabalhado­res a seu bel-prazer respaldado em leis do Código de Trabalho ‘passista’/’troikista’.

O seu ‘trabalho’ era transporta­r a mesma palete pesada, durante largo tempo, de um lado para o outro (!).

Esta reles violência psicológic­a encerra esclavagis­mo mitigado. Tal patifaria deve ser punida!

A direita radical do CDS e do PSD primam pelo silêncio no que toca aos direitos do trabalho. Neste caso, o que é que a esquerda parlamenta­r fez para obviar aquela inqualific­ável situação arrastada há demasiado tempo…?

A Associação Portuguesa de Cortiça, queda e muda, pactua com aquele despedimen­to selvagem.

A despedida enquadra-se numa família monoparent­al, com um filho deficiente a cargo. Roubaram o pão a duas pessoas. Cristina Tavares disse ao Jornal de Notícias: “Não vou desistir, quero o meu posto de trabalho. Vou pedir à assistente social alimentos”. O patronato é inimputáve­l.

Cristina Tavares precisa de ajuda. De solidaried­ade activa. Tem apoio do seu sindicato. A digna coragem desta operária ganhou à repugnânci­a patronal!

Quantas Cristinas há?

Seria uma babel de bandidos topo de gama, misturados com tal escória, num verdadeiro baile de malditos, onde os primeiros tudo dizimaram, enquanto os outros miseráveis chupam o manguito e pagam por todos.

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