“Reorganizei a minha vida, voltei a dar atenção ao interesse que tinha na arte da representação”
casa e jardim situada nas terras altas da Escócia, construída de raiz. É uma propriedade ainda bem grande que tem uma belíssima vista das montanhas e fica junto de construções e de outros vestígios arqueológicos que remontam à colonização romana. O local é tão bonito... Acaba por ser uma daquelas casas ideais para os anos da reforma. Sei que a minha mãe sempre sonhou em ter uma casa assim e fico satisfeitíssimo por perceber que se sente muito feliz quando está lá. Portanto, se vamos falar dos grandes gestos de devoção e amor, aquela casa é a primeira coisa que me ocorre. Gostava imenso de poder dizer que o meu ato de maior amor foi ter dado o meu fígado à minha mãe. Mas, para já, ainda não nos surgiu esse problema. De resto, acredite quando lhe digo que ela não iria querer um fígado como o meu.
Alguma vez se sentiu forçado a mudar radicalmente de vida?
Sim. Aliás, só sou ator porque enveredei por um caminho totalmente diferente daquele em que estava. Como é do conhecimento geral, os meus estudos de Direito foram feitos para seguir a carreira da advocacia. Mas foi uma escolha que me deixou muito deprimido. Sentia-me frequentemente vazio e a minha vida acabou por desaguar num beco sem saída. Até que, claro, passei a frequentar mais festas e a optar por novos excessos. Fui despedido, uma vez que só cometia erros. Bebia em demasia. Foi uma queda a pique e bati no fundo. Até que, subitamente, algo foi ao lugar. Reorganizei a minha vida, voltei a dar atenção ao interesse que tinha na arte da representação e, por fim, obtive algum reconhecimento. A minha vida tem sido fascinante – para o bem mas, também, para o mal. No cinema posso sempre ir buscar inspiração a esses dois extremos da minha vida.
Ainda bebe com frequência e com gosto?
Não, de todo. Há mais de uma década que não toco numa gota de bebida.
Sei que não tem pachorra para namoros prolongados ou casamen