No amor, não há espaço para violência
Correndo o risco de me tornar repetitivo – tendo em conta o tema em questão, esse aspeto não me preocupa –, volto a escrever sobre violência doméstica, sabendo que na próxima segunda-feira se assinala o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres. Esta data é, também ela, uma homenagem às irmãs Patria, María Teresa e Minerva Maribal, presas, torturadas e assassinadas, em 1960, por ordem do ditador da República Dominicana, Rafael Trujillo. As três mulheres tornaram-se o símbolo mundial do combate à violência contra mulheres.
Partindo deste pressuposto, hoje escrevo, sobretudo, sobre o trabalho que temos procurado desenvolver em Gaia. De forma a colmatar a necessidade da existência de um programa que assumisse a responsabilidade de promover o atendimento e acompanhamento a vítimas de violência no concelho, nasceu o Programa Gaia Protege+, um gabinete para apoio social, psicológico e jurídico a vítimas de violência. Esta estrutura está assente numa política de igualdade de direitos e de oportunidades de participação, assim como no reconhecimento e na valorização de mulheres e de homens, em todos os domínios da sociedade, nomeadamente político, económico, laboral, pessoal e familiar. Atualmente, esta estrutura acompanha um total de 110 processos.
Há uma mensagem que importará sempre passar, independentemente de serem dias comemorativos ou não: no amor, não há espaço para qualquer tipo de violência. Enquanto representantes autárquicos, temos um trabalho a desenvolver para combater um flagelo que este ano já nos trouxe números verdadeiramente inquietantes. As pessoas, as pessoas que nos escolhem, têm de confiar em nós e sentir segurança deste lado. É essa a nossa função primordial, em todas as áreas da sociedade.