Regresso às origens com Universo Negro
Luís Louro explica ao Destak a atualidade das histórias que criou há mais de trinta anos quando dava os primeiros passos de uma carreira que marca a BD nacional
Aestupidez humana é a linha condutora de todas as histórias curtas que desenhei no início da minha carreira”, explica o desenhador Luís Louro ao Destak, apoiado pelos argumentos de António (Tozé) Simões.
Dispersas em revistas como o Mundo de Aventuras, Selecções BD e O Mosquito (5ª série), publicações que marcaram as décadas de 80 e 90, estas histórias são agora compiladas pela primeira vez em Universo Negro, numa nova edição Escorpião Azul. “O projeto estava na gaveta há 30 anos, depois de inúmeras promessas de várias editoras para a sua publicação”, explica o conhecido ilustrador português.
“Mundo negro”
O real impossível foi o ponto de partida para qualquer um dos contos agora republicados. “É um mundo negro, quase sem esperança”, a ganhar nova atualidade com “as verdadeiras pérolas de estupidez das pessoas que tenho apa
FESTIVAL nhado durante a pandemia do coronavírus”, sublinha o autor. Qualquer uma das histórias não tem mensagens subliminares ou apologias ideológicas, nem oferecem uma moral redentora, como clarifica o argumentista Tozé Simões na introdução do livro. “Nada é sério; para isso já basta um universo negro!”.
Universo Negro assume-se, assim, como um documento precioso para os admiradores da dupla portuguesa, em jeito de memória de uma carreira gráfica que tem como expoentes máximos as séries Jim del Mónaco e Roque e Folques, ou O Corvo e Watchers/sentinel, já com Luís Louro a solo.