“Gosto muito de personagens sombrias”
Tom Hardy já não é o ‘bad boy’ de outrora e agora apresenta-se como um sereno ‘quarentão’ afincadamente dedicado à paternidade e ao seu ofício. No novo Capone, o ‘explosivo’ ator inglês volta a tomar conta do ecrã
Signo: Virgem. Ano de nascimento: 1977. Onde: Inglaterra. Pai e mãe faziam o quê? Artistas. Estava feita a combinação ideal para termos em mão mais um revolucionário. Tom Hardy já se meteu em todas as possíveis rixas de escola, já foi expulso e preso, já andou nas drogas antes de meter algum juízo na cabeça, já foi supermodelo e até já conseguiu trabalhar com Steven Spielberg, além de ter entrado em dois filmes oscarizados, o Mad Max: Estrada da Fúria e o The Ravenant. Esta semana, Tom Hardy aparece no novo Capone a fazer de gangster americano às antigas, daqueles que tratam as mulheres por boneca e nunca falam se, em vez disso, puderem rosnar.
Que tatuagem fez para adornar o seu corpo quando o seu filho nasceu?
Não fiz. Já me avisaram: mais tatuagens não! (risos) Foi-me retirada a licença de fazer mais tatuagens.
Sei que, por vezes, colabora com o seu pai nalguns projetos para cinema ou televisão. Mas também sei que houve uns tempos em que não estiveram em contacto um com o outro. Agora que o Tom é pai, sente mais compaixão por aquilo que ele terá passado nessa altura? Vê a sua relação com ele de forma diferente, agora que ambos sabem umas coisas sobre o tema delicado da paternidade?
Bom, há aí pelo menos três perguntas. São perguntas boas, mas é preciso que eu as esmiúce um bocadinho. Quando eu era apenas uma criança e o meu pai era um rapaz jovem, lembro-me de umas linhas de demarcação que foram estipuladas. Essas linhas duraram até eu fazer 21 anos. Tenho agora 40 e poucos, ou seja, entretanto já se passou tanta coisa nas nossas vidas que não vale a pena comentar sobre essas diferenças. Basta saber que, inexplicavelmente, mudou algo na maneira como estou com ele. Continuamos a ser como azeite e água. Uma coisa inadmissível. Tenho uma sensação profunda, como filho único, de querer sempre impressionar o meu pai. Fazia isso antes e de certeza que estou a fazer isso agora, como homem feito. Poder trabalhar com ele, genuinamente, mudou tudo. Foi muito catártico. Enorme. Uma diferença colossal. Não nos limitámos a falar sobre o assunto. Trabalhámos juntos, e isso foi uma coisa impensável e fantástica se formos a levar em consideração o lugar de onde viemos.
Ser pai deu-lhe mesmo outra perspetiva sobre o passado?
Sim. Ter filhos – e mais agora com o
“Ser pai é difícil!.
Mas é, igualmente, a coisa mais satisfatória que fiz em toda a minha vida”