Destak

No âmbito de ‘O Jardim Secreto’, filme recentemen­te estreado no cinema, o Destak falou com Colin Firth sobre os locais onde (não) nos sentimos bem

- JOHN-MIGUEL SACRAMENTO, em Hollywood

Quase, quase a fazer 60 anos mas eternament­e charmoso, Colin Firth apresenta aquilo a que antigament­e se costumava chamar Star Quality. A espinha dorsal elegante chega-lhe de longe e até já adquiriu a aura mítica do explorador britânico que consegue fazer, e ter, chá mesmo quando nos antípodas do que lhe é familiar. No fundo, é isso. Embora desbravand­o os submundos de Hollywood e os cadafalsos do estrelato no cinema, Colin, o icónico, tem mantido a sua tremenda delicadeza de homem gentil. Não importa que esteja a comandar milhões nas bilheteira­s quando faz de namorado da Bridget Jones. Não importa que esteja esculpido na glória dos Óscares com o trabalho do filme ‘O Discurso do Rei’. Não importa que tenha aquele estilo irrepreens­ível de James Bond internacio­nal, talvez adquirido com os anos que viveu na Nigéria ou noutro qualquer paraíso onde tudo é beleza natural. Com o senhor Colin o espaço habitado é elegante e suave e agradável, com humor perfeitame­nte calibrado à mistura. No novo ‘O Jardim Secreto’, a tal história de inocência florida agora em versão mais acessível à geração ‘millennial’, lá está ele outra vez a dar impressão de que tudo é fácil ao mesmo tempo que empresta peso e substância às palavras e ao drama. Classe sem imposição com um toque de luva branca.

Tema: fauna, flora, zonas arborizada­s e verdes e outros lugares aprazíveis que algumas pessoas têm por autênticos jardins do éden. Pergunta: que relação tem com borboletas?

São criaturas milagrosas. Não sou especialis­ta em matéria de borboletas mas confesso que, às vezes, vou visitar a Butterfly House, em Londres. Acho que, agora, faz parte do Museu de História Natural. Mas, voltando às borboletas, são verdadeiro­s milagres da natureza. É muito difícil passear naquele espaço, observar as borboletas e continuar a ser resolutame­nte ateu. O design é absolutame­nte incrível. Uma pessoa pode olhar para uma flor e achar aquilo uma maravilha. Faço isso frequentem­ente. Acho que toda a gente faz. Ou devia fazer. Trata-se de uma realidade tão delicada e complexa, organizada com uma precisão extraordin­ária e totalmente inacreditá­vel. Com as borboletas, mesmo que já tenhamos visto ao pormenor nos

“Uma borboleta incute em nós uma sensação de liberdade e maravilham­ento”

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